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Suposto braço direito
de Gerardo é preso
EDMILSON ZANETTI
da Agência Folha
A polícia prendeu ontem no Pará o empresário Joaquim Felipe
de Souza Neto, o "Joaquim Lauristo", considerado o segundo homem na hierarquia do crime organizado do Maranhão. Ele foi localizado em uma chácara de veraneio no município de Piçarra
(PA), na divisa com Tocantins, e
levado de helicóptero para São
Luís. No aeroporto, disse à imprensa: "Não matei ninguém".
Ele estava sem advogado.
De chinelos, trajando bermuda,
camisa e colete à prova de balas, o
empresário foi levado para o
quartel da Polícia Militar sob forte
esquema de segurança. No mesmo local, estão presos outros acusados de envolvimento com o crime organizado. Um deles é o ex-deputado José Gerardo de Abreu,
expulso do PPB, de quem "Lauristo" é considerado o braço direito. Ele ficou em uma cela a cinco
metros da cela de Abreu.
Foragido desde junho de 1997,
"Lauristo" foi localizado pelo Serviço de Inteligência da Polícia Civil do Maranhão na quinta-feira
passada, em Araguanã (TO), mas
conseguiu fugir por uma mata. A
partir de então, foi montada uma
megaoperação para prendê-lo,
com mais de cem homens das Polícias Civil, Militar e Federal, além
de helicópteros, barcos e cães.
Ontem, a chácara em que ele estava, na beira do rio Araguaia, foi
cercada por 30 soldados, enquanto um helicóptero desceu em
frente à casa. "Lauristo" estava escondido debaixo de um colchão,
no chão, e não ofereceu resistência à prisão, segundo o delegado
regional de Imperatriz (MA), Rubens Sérgio dos Santos.
O empresário já havia sido preso em junho de 1997, acusado de
ser um dos mandantes do assassinato do delegado Stênio Mendonça, mas foi solto no mesmo dia. O
juiz que concedeu o habeas corpus, Luís de França Belchior, foi
afastado pelo Tribunal de Justiça
na semana passada.
O delegado Mendonça foi morto a tiros numa praia em maio de
97, um ano após encontrar, na garagem de uma casa de propriedade de "Lauristo", uma carreta
roubada. Na casa, morava o então
deputado estadual Francisco Caíca (PSD). A garagem era usada
por Abreu, a quem "Lauristo"
chama de pai, segundo ele próprio. Caíca e Abreu tiveram os
mandatos cassados e estão presos, acusados deste e de outros
crimes. Eles negam.
Em seu relatório final, a CPI pediu o indiciamento de "Lauristo"
por dez crimes, cinco por co-autoria em homicídios qualificados.
Ele é acusado ainda de tentativa
de homicídio, crime continuado
de roubo de carretas, receptação
de carga roubada e formação de
quadrilha armada.
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