São Paulo, Quarta-feira, 22 de Dezembro de 1999


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Suposto braço direito de Gerardo é preso

EDMILSON ZANETTI
da Agência Folha

A polícia prendeu ontem no Pará o empresário Joaquim Felipe de Souza Neto, o "Joaquim Lauristo", considerado o segundo homem na hierarquia do crime organizado do Maranhão. Ele foi localizado em uma chácara de veraneio no município de Piçarra (PA), na divisa com Tocantins, e levado de helicóptero para São Luís. No aeroporto, disse à imprensa: "Não matei ninguém". Ele estava sem advogado.
De chinelos, trajando bermuda, camisa e colete à prova de balas, o empresário foi levado para o quartel da Polícia Militar sob forte esquema de segurança. No mesmo local, estão presos outros acusados de envolvimento com o crime organizado. Um deles é o ex-deputado José Gerardo de Abreu, expulso do PPB, de quem "Lauristo" é considerado o braço direito. Ele ficou em uma cela a cinco metros da cela de Abreu.
Foragido desde junho de 1997, "Lauristo" foi localizado pelo Serviço de Inteligência da Polícia Civil do Maranhão na quinta-feira passada, em Araguanã (TO), mas conseguiu fugir por uma mata. A partir de então, foi montada uma megaoperação para prendê-lo, com mais de cem homens das Polícias Civil, Militar e Federal, além de helicópteros, barcos e cães.
Ontem, a chácara em que ele estava, na beira do rio Araguaia, foi cercada por 30 soldados, enquanto um helicóptero desceu em frente à casa. "Lauristo" estava escondido debaixo de um colchão, no chão, e não ofereceu resistência à prisão, segundo o delegado regional de Imperatriz (MA), Rubens Sérgio dos Santos.
O empresário já havia sido preso em junho de 1997, acusado de ser um dos mandantes do assassinato do delegado Stênio Mendonça, mas foi solto no mesmo dia. O juiz que concedeu o habeas corpus, Luís de França Belchior, foi afastado pelo Tribunal de Justiça na semana passada.
O delegado Mendonça foi morto a tiros numa praia em maio de 97, um ano após encontrar, na garagem de uma casa de propriedade de "Lauristo", uma carreta roubada. Na casa, morava o então deputado estadual Francisco Caíca (PSD). A garagem era usada por Abreu, a quem "Lauristo" chama de pai, segundo ele próprio. Caíca e Abreu tiveram os mandatos cassados e estão presos, acusados deste e de outros crimes. Eles negam.
Em seu relatório final, a CPI pediu o indiciamento de "Lauristo" por dez crimes, cinco por co-autoria em homicídios qualificados. Ele é acusado ainda de tentativa de homicídio, crime continuado de roubo de carretas, receptação de carga roubada e formação de quadrilha armada.


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