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RIO
Responsáveis pelo projeto "Delegacia Legal" cobram explicações de grupo que apontou irregularidades
Professores vão à Justiça contra comissão
SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio
Os professores Sergen Estefen e
Marcos Cavalcanti, da Fundação
Coppetec, entraram na Justiça
contra os membros da comissão
da Secretaria da Segurança Pública do Rio que acusou a existência
de superfaturamento no "Projeto
Delegacia Legal".
Estefen é diretor-superintendente da fundação, ligada à Coppe (Coordenação dos Programas
de Pós-Graduação em Engenharia) da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Cavalcanti é o coordenador-geral do projeto, uma parceria com
o governo estadual.
Na sexta-feira, os professores
ingressaram na 11ª Vara Criminal
do Rio com uma notificação judicial contra a comissão.
Na notificação, eles pedem que
os integrantes da comissão "prestem as explicações que julgarem
cabíveis, para os fins de confirmarem, ou não, terem assinado" o
relatório que fala em superfaturamento.
A existência do relatório foi revelada pela Folha no último dia
10. A comissão concluiu por superfaturamento na compra de
aparelhos de informática e em
obras da primeira Delegacia Legal.
Pronto há cinco meses, o relatório não foi considerado pelo governo estadual, que nomeou outra comissão para analisar a questão. Esta segunda comissão concluiu que não houve superfaturamento, opinião partilhada pelo
procurador-geral do Estado,
Francesco Conte.
A notificação é dirigida ao coronel Edmar Ferreira, que até o dia
10 era subsecretário administrativo da Secretaria da Segurança e a
quem a comissão ficou subordinada.
Também foram notificados os
membros da comissão: os arquitetos Ângela Reis, Sílvio da Fonseca e Gilberto Secin e os especialistas em informática Fernando Maganha e Renato da Costa. Os notificados têm 48 horas para entregar respostas escritas. Como a
Justiça do Rio está em recesso,
eles serão notificados em janeiro.
O advogado da Coppetec, Técio
Lins e Silva, disse que, se confirmarem o relatório, os notificados
serão acusados pela prática do
crime de calúnia (pena de seis
meses a dois anos de detenção,
mais multa).
Ação popular
O pessoal da primeira comissão
também se prepara para ir à Justiça. Ontem, o defensor público
Paulo César dos Santos, ex-assessor jurídico da secretaria, disse
que em janeiro será impetrada
ação popular contra o governo de
Estado.
Santos, demitido com o coronel
Ferreira por ordem do governador Anthony Garotinho (PDT),
afirmou que a ação popular pedirá a volta ao cofre estadual da
quantia que teria sido paga indevidamente à Coppetec.
O coronel preparou nota oficial
em que sustenta que houve superfaturamento.
Segundo a nota, os integrantes
da comissão "são profissionais
qualificados, que exercem funções públicas há muitos anos, não
havendo registros de falhas" nos
desempenhos funcionais.
A nota diz que as acusações dirigidas contra a comissão tiveram
por objetivo "confundir a opinião
pública ou desviar a sua atenção
do foco principal da conclusão do
relatório: o superfaturamento".
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