São Paulo, sábado, 22 de dezembro de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Bilhete premiado

O BNDES foi um Papai Noel generoso com o Estado de São Paulo. O banco encerrou o ano aprovando três pleitos do governo de José Serra. O primeiro é um financiamento no valor de R$ 1,5 bi para a extensão da linha 2 do Metrô. O segundo, uma linha de crédito para quem ganhar a concessão do Rodoanel. A idéia da gestão tucana é formar um fundo com recebíveis futuros do pedágio -o BNDES faria a compra das cotas desse fundo. Seria uma oferta opcional para a empresa vencedora da licitação. Por fim, o banco, que cobra uma dívida de R$ 155 mi da Fundação Zerbini, administradora do Incor, aceitou, após negociação, retirar o processo de arresto de bens do instituto.

Teoria... A crítica às agências de risco virou assunto recorrente na fala de Lula. O presidente vive repetindo que "há muita gente com problemas para explicar" o que está acontecendo no mercado financeiro americano.

...e prática. Em conversa recente, Lula lembrou que, na campanha de 2002, recebeu "uma molecada de 20 e poucos anos" do mercado financeiro cheia de lições a dar a seu futuro governo. "Eles não seguiam o que nos receitavam", concluiu o petista.

Impedimento. A certa altura da confraternização de Lula com seus ministros, anteontem no Alvorada, o presidente sugeriu a um garçom que o jantar fosse servido, pois a fome era grande. Solícito, o garçom respondeu que estava tudo pronto, bastando apenas que "o pianista" parasse de tocar. Era Wagner Tiso.

Do peito. Além de Tiso, outra presença que chamou a atenção no jantar de fim de ano dos ministros foi a do ex-prefeito de Campinas Jacó Bittar, velho amigo de Lula.

Fosfosol. A performance de Gilberto Gil foi elogiada. Ao contrário do que aconteceu na festa de 2006, o ministro da Cultura se lembrou perfeitamente da letra ao cantar "Se Eu Quiser Falar com Deus".

Devagar. Embora o Congresso volte a trabalhar em 1º de fevereiro, a Comissão de Orçamento marcou seu retorno apenas para o dia 12.

Não vou. Lula deixou a cargo do ministro Alfredo Nascimento (Transportes) a inauguração, ontem, de uma extensa ponte construída pelo governo federal em Tocantins. Há quem diga que o presidente não quis correr o risco de dividir o palanque com a senadora Kátia Abreu (DEM), musa da derrubada da CPMF.

Nem eu. Não seja por isso, responde Kátia Abreu: "Sou oposição. Não compareço a inaugurações do governo".

Afinidades. O deputado tucano Luiz Paulo Velloso Lucas já marcou seu primeiro compromisso depois de 10 de janeiro, quando assume a presidência do Instituto Teotônio Vilela. A convite de Pedro Malan e Armínio Fraga, vai à Casa das Garças, templo dos economistas liberais.

Questão ética. Em carta a Marcílio Marques Moreira, presidente da Comissão de Ética Pública, Cláudio Weber Abramo, da Transparência Brasil, critica José Antonio Toffoli, advogado-geral da União, para quem não haveria "ilegalidade ou inconstitucionalidade" no fato de Carlos Lupi acumular a pasta do Trabalho e a presidência do PDT.

Visão jurídica. A AGU não enxerga conflito de interesses e sugere à comissão aguardar um parecer definitivo. "O despacho preliminar deixa claro que a questão de mérito é da competência exclusiva da comissão, e que há precedentes", diz a assessoria.

Turnê. Os três músicos cubanos que pediram asilo no Brasil farão uma apresentação no encontro de fim de ano do PPS de Pernambuco, na semana que vem, a convite do deputado Raul Jungmann.

Tiroteio

"Lula pode detestar pacotes, mas certamente gosta de embrulhar os outros. Ou alguém tem dúvida de que o governo vai elevar impostos para compensar a perda da CPMF?"


Do deputado JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA) sobre o presidente, que, em resposta à especulação sobre as medidas que serão tomadas para cobrir os R$ 38 bi, disse ter "ojeriza à palavra pacote".

Contraponto

Cinta larga

Uma partida de futebol de final de ano reuniu em Brasília, na noite de terça passada, cerca de 30 deputados. Algumas deputadas animaram a torcida. No dia seguinte, no plenário, discutia-se numa roda não apenas o desempenho dos jogadores como também seu visual.
-Acho que todos usam cinto apertado no dia-a-dia. Porque só no jogo percebi como tem gente fora de forma-, disse a jovem e bela Manuela D'Ávila (PC do B-RS).
Ao ver ali Aldo Rebelo (PC do B-SP), ela ressalvou:
-Desculpe, Aldo, menos você...
Generosidade de Manuela: as fotos do evento mostram claramente a "barriguinha" do ex-presidente da Câmara.


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