|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Decisão de abandonar peruca é "momento-chave", diz médica
MARIANA VERSOLATO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
No Grupo de Apoio à Mulher
com Câncer do Hospital A.C.
Camargo, em São Paulo, as 40
participantes recebem apoio de
médicos e enfermeiros para lidar com a doença e falam de
quimioterapia, nutrição e outros tantos assuntos. Mas as
reuniões que fazem mais sucesso são aquelas em que elas trocam experiências sobre como
escolher a peruca e maneiras de
colocar os lenços na cabeça.
Segundo Fabiana Baroni
Makdissi, mastologista e coordenadora do grupo de apoio, a
decisão de abandonar a peruca
é um momento-chave no processo de recuperação da autoestima. "Muitas dizem, "por
menor que seja, é meu"."
A aposentada Ana Maria A.
Millas, 58, lembra-se bem de
quando voltou a exibir seus
próprios fios. "Vi que meu cabelo já estava crescido e aproveitei para doar a peruca a uma
amiga, também em tratamento", diz ela, que teve um câncer
de mama em 2003 e gostava do
efeito moderno do cabelo postiço -muito diferente do seu.
A queda dos fios (causada pelos quimioterápicos) pode implicar um abalo da autoimagem
da mulher, segundo Lórgio Rodriguez, coordenador do departamento de psicologia do Icesp
(Instituto do Câncer do Estado
de São Paulo Octavio Frias de
Oliveira).
"Sem o cabelo, a mulher sente uma perda da feminilidade.
Às vezes elas nem se reconhecem mais", afirma Makdissi.
A servidora pública Carolina
Aragão Silva, 28, disse ter ficado "infinitamente" mais preocupada com a queda do cabelo
do que com a retirada da mama.
"Morro de medo de a peruca
cair na rua", diz ela, que aderiu
aos lenços coloridos.
Texto Anterior: Após quimio, Dilma aparece pela 1ª vez de cabelo curto Próximo Texto: Choque recebido na ditadura valeu a pena, diz Lula Índice
|