|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Falta de máquinas atrasará obras
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O aumento dos investimentos
nas estradas pegou o setor de surpresa e, em alguns locais, há falta
de máquinas, o que pode atrasar
as obras. De acordo com Hilderaldo Luiz Caron, diretor de Infra-Estrutura Terrestre do Dnit (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes), o investimento neste ano deve ser o dobro
do realizado no ano passado.
Em alguns locais já faltam máquinas de fresagem (raspagem da
camada de asfalto da pista): "Em
algumas regiões do país está faltando equipamento neste momento. Como nos últimos dez
anos não teve muito recurso, não
há muitas máquinas dessas [de
fresagem] no país", disse o diretor
do Dnit. "Se você tem um Orçamento de R$ 1 bilhão, tem máquina sobrando. Agora, se você vai
executar um Orçamento de R$ 4
bilhões a R$ 5 bilhões, vai faltar
máquina. Hoje já está faltando.
Tem trechos hoje de rodovias em
que o trabalho está lento porque
não tem máquinas disponíveis".
Para Carlos Pacheco Silveira,
presidente do Sinicesp (Sindicato
da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo), faltou
planejamento por parte do governo. "Hoje você não acha essas máquinas no mercado, porque são
poucas. O setor ficou ocioso e se
desmontou um pouco", disse. Ele
criticou o programa emergencial
do governo: "Tapa-buraco não
resolve nada. Tem que fazer restauração". Na avaliação de Pacheco, o problema da falta de máquinas pode ser resolvido a curto
prazo, "mas não do dia para a noite". Segundo o presidente do Sinicesp, seria necessário que o Dnit
tivesse uma estrutura melhor.
Para o presidente do Sicepot-MG (Sindicato da Indústria da
Construção Pesada do Estado de
Minas Gerais), Luiz Augusto de
Barros, o problema da falta de
máquinas não é o principal. "Não
acredito que seja esse o problema", diz. Na avaliação dele, também falta planejamento. "Tapa-buraco não resolve o problema da
infra-estrutura", afirma. Para ele,
o que é preciso fazer é restauração. "Soltaram um programa sem
um diagnóstico real, técnico. Tenho certeza que a duração das
obras vai ser menor", afirmou.
O Dnit argumenta que o governo vem aumentando os investimentos nos últimos anos: "Sempre dissemos que precisaríamos
de R$ 7 bilhões a R$ 10 bilhões para recuperar as rodovias. Não teve
em 2004 e 2003 e não teve nos
anos anteriores. Então uma parte
da malha continuou se degradando. Para recuperar toda a malha,
nós vamos precisar de dois ou três
anos, com investimentos em torno de R$ 2 bilhões por ano em
manutenção", disse Caron.
Segundo ele, após esse prazo será preciso manter investimentos
entre R$ 1 bilhão e R$ 2 bilhões
por ano em restauração e entre
R$ 300 e R$ 400 milhões por ano
em manutenção e conservação.
Na manutenção e na conservação
as obras são mais superficiais. Na
restauração, a camada que fica
sob o asfalto também é tratada.
Texto Anterior: Outro lado: Transportes põe em Planejamento culpa por desvio Próximo Texto: Frases Índice
|