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Troca-troca já envolve 20 deputados da nova Câmara
Migrações afetarão sobretudo a oposição, que poderá reunir apenas 134 cadeiras
Conta é conservadora, mas
até aqui o nível de mudança
de siglas é menor do que
o registrado em 2003, no
início da legislatura passada
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pelo menos 20 deputados,
pelas contas mais conservadoras, devem trocar de partido
antes mesmo de tomar posse.
São políticos eleitos no último
dia 1º de outubro por uma determinada sigla, mas que, no
momento em que assumirem
seus mandatos, estarão em outra agremiação política.
Essas trocas não são proibidas pela lei nem um fenômeno
novo. Em 1º de fevereiro de
2003, nada menos do que 37
dos 513 deputados federais
eleitos já haviam trocado de
partido. Agora, um levantamento da Folha mostra possível migração de até 28 políticos
-número ainda preliminar.
Pode variar, para mais ou para menos, a depender das negociações em curso para a montagem do ministério do segundo
mandato do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. Essa constatação fica clara quando se observa o sentido da migração. O
fluxo é sempre dos partidos de
oposição em direção aos que
estão hoje abrigados no guarda-chuva da coalizão lulista.
Os três principais partidos
oposicionistas -PSDB, PFL e
PPS-, elegeram, juntos, 153
deputados. Se confirmadas as
defecções previstas nos bastidores do Congresso, essas agremiações devem cair para apenas 134 cadeiras no mês que
vem, quando começam a ser
nomeados os novos ministros.
As maiores defecções devem
ocorrer no PFL, partido que ficou sem governadores em Estados fortes pela primeira vez
desde a sua criação, nos anos
80. A única unidade da federação a ser comandada pelo PFL
é o Distrito Federal (José Roberto Arruda).
Os pefelistas perderam a Bahia (com a derrota do grupo de
Antonio Carlos Magalhães) e
também se deram mal em outras locais nos quais eram hegemônicos, como o Maranhão
(Roseana Sarney perdeu).
Sem governadores, muitos
deputados federais ficam com
poucos atrativos para permanecerem no PFL. Não têm facilidades locais e sofrem também
no plano federal, dominado pelo PT. Por essa razão, a Folha
conseguiu identificar nove pefelistas como potenciais defecções para a legenda em fevereiro -uma queda de 14% sobre o
total de 65 eleitos em outubro.
O PSDB, pelo fato de ter conquistado governos estaduais
relevantes -São Paulo, Minas
Gerais e Rio Grande do Sul-,
deve ter menos perdas do que o
PFL. Dos 66 tucanos eleitos, a
expectativa é que cinco deixem
a legenda.
O PPS, por ser menor e recentemente ter enfrentado a
saída do governador de Mato
Grosso, Blairo Maggi, pode ter
sua bancada reduzida de 22 para 17 cadeiras -uma queda
substancial de quase 23%.
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