São Paulo, quarta-feira, 23 de fevereiro de 2005

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Em evento, líder do MST faz cobrança a petista

DO ENVIADO A SIDROLÂNDIA (MS)

Diante de cerca de 2.000 trabalhadores rurais assentados e acampados de Mato Grosso do Sul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ouviu de um integrante da coordenação nacional do MST pedidos de "rapidez" e "eficiência" na reforma agrária.
Em discurso, Egídio Brunetto disse que o governo precisa cumprir todas as metas anunciadas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário. "Esperamos que, em 2005, o governo consiga cumprir todas as suas metas. A reforma agrária não tem mais volta."
Até agora, desde que assumiu a Presidência, Lula não conseguiu cumprir nenhuma meta de assentamentos. Em 2004, 81 mil famílias foram beneficiadas, diante de uma meta de 115 mil.
"Nós precisamos avançar mais, como mais rapidez e eficiência", disse Brunetto, que, em 2003, em cerimônia no Palácio do Planalto, pôs um boné do MST em Lula. À época, a oposição criticou o gesto como sinal de "conivência" com as invasões de terra.
Em seu discurso, Lula respondeu a Brunetto. Disse que, "com ou sem razão", as entidades têm o direito democrático de protestar: "Eu não peço mais paciência não, viu Egídio, paciência eu tenho que ter todo santo dia. Eu sou corintiano. Então, cada vez que eu vejo o Corinthians na televisão, eu falo: eu tenho que ter paciência e não quebrar a televisão".
Lula disse que a realização da reforma agrária é algo "irreversível" no país. E criticou o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) por ter criado assentamentos sem infra-estrutura (água, luz e esgoto), o que causou um êxodo no campo. "Então, passa a ser a síndrome da loucura, porque eu coloco um [trabalhador no campo] e saem oito."


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