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TODA MÍDIA
Nelson de Sá
O "imbatível"
Sites e blogs de bastidores
políticos, como o de Claudio
Humberto, vêm batendo nos últimos dias que Lula "ameaça"
não concorrer no ano que vem.
É comédia, claro.
O presidente e seus assessores
fazem o "spin", espalham, mas é
só aparecer uma pesquisa de popularidade para Lula se esvair
em campanha.
Ontem foi a pesquisa CNT/
Sensus, na qual Globo Online,
Jovem Pan, Band News e vários
outros destacaram as projeções
eleitorais favoráveis ao petista.
Num título mais descontrolado,
do site global:
- Lula continua imbatível para a eleição de 2006.
Diante do "imbatível", não
adiantou a Folha Online e depois o Jornal da Record avisarem, em destaque, que "a aprovação do governo sofreu uma
pequena queda".
Ele sozinho, Lula, não sofreu
queda e até "oscilou" para cima.
Então, tome discurso fingindo
não ser candidato, na Globo
News e outros:
- A oposição está doida para
fazer campanha já. Da minha
parte, meus caros, a eleição só
vai entrar na minha cabeça no
momento certo. 2005 é um ano
de fazer o Brasil crescer e gerar
os empregos de que este povo
tanto precisa.
E tem mais, de um segundo
discurso eleitoral:
- Geramos em 2004 o maior
volume de empregos em dez
anos. Eu garanto: vamos crescer
5% de novo.
A insistência no bordão dos
empregos para o povo coincide
com a apuração, pela mesma
pesquisa CNT/Sensus, de que o
desemprego continua sendo, de
longe, a maior preocupação dos
brasileiros.
MAIS DOIS
Mais até que a pesquisa, o que parece animar Lula é o
encaminhamento da crise no Pará, que começa a saciar a
cobertura externa. O "El País" publicou longa reportagem com elogios às prisões "fulminantes" e à "determinação" de Lula, sob o título:
- Fim da impunidade na Amazônia.
Na seqüência, à tarde, o site do "New York Times" e
outros traziam a notícia de que "o Exército brasileiro"
havia "capturado" o terceiro envolvido.
Num de seus discursos, Lula se empolgou e saiu bradando, até no Jornal Nacional, contra "alguns empresários do setor madeireiro" e em defesa dos "trabalhadores
rurais", garantindo que "a impunidade acabou".
Parecia o Lula dos velhos tempos, em nova campanha.
E não importa que outra manchete do JN tenha citado
"dois novos assassinatos" no Pará.
NO AR
Reprodução
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Da esq. para a dir., imagens das redes americanas ABC, PBS (pública) e NBC nos últimos três
dias, na cobertura da investigação do assassinato da freira americana naturalizada brasileira Dorothy Stang
Mais um
E foi assassinado ontem mais
um menor de idade na Febem,
agora em Bauru. No destaque da
Globo News, à tarde:
- Febem lamenta quarta
morte de interno neste ano.
Quatro mortos depois, além
de mais uma rebelião na capital,
o SPTV e até o Jornal Nacional
ainda cobrem a seqüência de
horrores na instituição como se
tudo estivesse caminhando para
a normalidade.
E tome o governador e seu
presidente da Febem, dizendo
que são só "reações". Que vai
dar tudo certo.
Nova história
Talvez por desinformação,
uma comentarista da CBN -e
do blog de Ricardo Noblat-
saiu dizendo ontem:
- Volta e meia circulam boatos sobre deputados que teriam
vendido o voto. Na emenda da
reeleição, no governo Fernando
Henrique, falou-se muito que a
cotação de alguns chegou a R$
200 mil. Ninguém quis apurar,
ninguém cobrou.
De bate-pronto, o também
blogueiro Maurício Fernandes
citou a cobertura da Folha em 97
e criticou a "singela" tentativa de
"reescrever a história".
committeetoprotectbloggers.blogspot.com/Reprodução
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CAMPANHA Os blogs de Jeff Jarvis e, por aqui, Tiago Dória convocavam ontem ao esforço virtual para libertar dois bravos blogueiros iranianos. É a primeira campanha da Comissão de Proteção aos Blogueiros
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