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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Faca no pescoço
Já atrasado em quase dois meses, o Orçamento de
2008 é a nova trincheira do PMDB, indócil com a demora na entrega de cargos que lhe teriam sido prometidos. Anteontem, uma rebelião comandada pelo partido e engrossada por outras legendas da base aliada
retardou mais uma vez a tramitação da peça. As legendas negaram aval a um acordo, proposto pela liderança do governo, que encurtaria o intervalo regimental
para votação do relatório-base na comissão temática.
Na melhor das hipóteses, a comissão começará a votar o tema na próxima terça-feira. A idéia é esticar ao
máximo o processo até que os cargos, notadamente os
do setor elétrico, comecem a sair.
Recrutas. Os deputados Zé
Gerardo (PMDB-PA) e Wellington Roberto (PR-PB),
coordenadores de suas respectivas bancadas na Comissão de Orçamento, foram os
operadores da manobra destinada a atrasar "só mais um
pouquinho" a tramitação.
Olha lá. O PMDB da Câmara já avisou: vai criar problemas em votações a esmo caso
a nomeação de Jorge Zelada
para uma diretoria da Petrobras fique fora da próxima
reunião do conselho da empresa, na quinta. Até ontem, o
tema não estava em pauta.
Tentáculos. Na esteira de
seu avanço sobre os cargos do
setor elétrico, o PMDB trabalha para arrematar também a
Comissão de Minas e Energia
da Câmara. O PP, que manda
no pedaço, promete guerra
para continuar onde está.
Peixão. Altemir Gregolin
será um dos principais oradores de seminário do PT catarinense sobre eleições que começa hoje. Durante o evento,
no qual falará sobre "Conjuntura e governo Lula", o ministro da Pesca deve receber
apoio do diretório local quanto à investigação sobre uso indevido do cartão corporativo.
Espelho. A base aliada da
governadora Yeda Crusius
(PSDB) conseguiu estender as
investigações da CPI do Detran na Assembléia gaúcha
até o governo Olívio Dutra
(PT), em tática igual à dos petistas de Brasília, que incluíram FHC na CPI dos Cartões
para constranger os tucanos.
Revisão. José Dirceu festejou em seu blog a transformação do Brasil em credor externo fazendo um mea culpa de
suas constantes críticas,
quando ministro, à dupla Antonio Palocci e Henrique Meirelles. Segundo o petista, trata-se de "fazer justiça".
Magnânimos. Às vésperas
da entrada em vigor do acordo
que obrigará a divulgação na
internet dos gastos com a verba indenizatória do Senado,
apenas dois parlamentares
pediram à Secretaria Geral da
Casa ressarcimento por despesas realizadas em janeiro.
Confessionário. O cafezinho do Senado ganhou uma
sala envidraçada, à prova de
bisbilhoteiros. Nela, os senadores podem fazer reuniões
de emergência e consultar o
computador sem que jornalistas escutem a conversa.
Círculo. Do senador Marco
Maciel (DEM-PE), sobre a
mensagem de Lula na abertura do ano legislativo: "Não tocou na reforma política. Enquanto isso, o Executivo debita ao Congresso a lentidão no
sistema decisório, e o Congresso reclama do uso abusivo
das MPs pelo Executivo".
Extremos. O DEM resolveu
ceder uma das vagas a que
tem direito na Comissão de
Relações Exteriores ao PSOL,
do senador José Nery (PA).
Visitas à Folha. Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN),
presidente do Senado, visitou
ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava
acompanhado de José Wilde,
assessor, e de Gaudêncio Torquato, consultor.
Guido Mantega, ministro da
Fazenda, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de
Ramiro Alves, assessor.
Tiroteio
"Sem o Lupi, vamos radicalizar. Lembrem-se
que até o ano passado éramos oposição."
Do deputado federal SEVERIANO ALVES (PDT-BA), sobre a
pressão para que Carlos Lupi deixe o Ministério do Trabalho
caso não aceite se afastar da presidência do PDT.
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