São Paulo, sábado, 23 de fevereiro de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Faca no pescoço

Já atrasado em quase dois meses, o Orçamento de 2008 é a nova trincheira do PMDB, indócil com a demora na entrega de cargos que lhe teriam sido prometidos. Anteontem, uma rebelião comandada pelo partido e engrossada por outras legendas da base aliada retardou mais uma vez a tramitação da peça. As legendas negaram aval a um acordo, proposto pela liderança do governo, que encurtaria o intervalo regimental para votação do relatório-base na comissão temática.
Na melhor das hipóteses, a comissão começará a votar o tema na próxima terça-feira. A idéia é esticar ao máximo o processo até que os cargos, notadamente os do setor elétrico, comecem a sair.

Recrutas. Os deputados Zé Gerardo (PMDB-PA) e Wellington Roberto (PR-PB), coordenadores de suas respectivas bancadas na Comissão de Orçamento, foram os operadores da manobra destinada a atrasar "só mais um pouquinho" a tramitação.

Olha lá. O PMDB da Câmara já avisou: vai criar problemas em votações a esmo caso a nomeação de Jorge Zelada para uma diretoria da Petrobras fique fora da próxima reunião do conselho da empresa, na quinta. Até ontem, o tema não estava em pauta.

Tentáculos. Na esteira de seu avanço sobre os cargos do setor elétrico, o PMDB trabalha para arrematar também a Comissão de Minas e Energia da Câmara. O PP, que manda no pedaço, promete guerra para continuar onde está.

Peixão. Altemir Gregolin será um dos principais oradores de seminário do PT catarinense sobre eleições que começa hoje. Durante o evento, no qual falará sobre "Conjuntura e governo Lula", o ministro da Pesca deve receber apoio do diretório local quanto à investigação sobre uso indevido do cartão corporativo.

Espelho. A base aliada da governadora Yeda Crusius (PSDB) conseguiu estender as investigações da CPI do Detran na Assembléia gaúcha até o governo Olívio Dutra (PT), em tática igual à dos petistas de Brasília, que incluíram FHC na CPI dos Cartões para constranger os tucanos.

Revisão. José Dirceu festejou em seu blog a transformação do Brasil em credor externo fazendo um mea culpa de suas constantes críticas, quando ministro, à dupla Antonio Palocci e Henrique Meirelles. Segundo o petista, trata-se de "fazer justiça".

Magnânimos. Às vésperas da entrada em vigor do acordo que obrigará a divulgação na internet dos gastos com a verba indenizatória do Senado, apenas dois parlamentares pediram à Secretaria Geral da Casa ressarcimento por despesas realizadas em janeiro.

Confessionário. O cafezinho do Senado ganhou uma sala envidraçada, à prova de bisbilhoteiros. Nela, os senadores podem fazer reuniões de emergência e consultar o computador sem que jornalistas escutem a conversa.

Círculo. Do senador Marco Maciel (DEM-PE), sobre a mensagem de Lula na abertura do ano legislativo: "Não tocou na reforma política. Enquanto isso, o Executivo debita ao Congresso a lentidão no sistema decisório, e o Congresso reclama do uso abusivo das MPs pelo Executivo".

Extremos. O DEM resolveu ceder uma das vagas a que tem direito na Comissão de Relações Exteriores ao PSOL, do senador José Nery (PA).

Visitas à Folha. Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), presidente do Senado, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de José Wilde, assessor, e de Gaudêncio Torquato, consultor.

Guido Mantega, ministro da Fazenda, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Ramiro Alves, assessor.

Tiroteio

"Sem o Lupi, vamos radicalizar. Lembrem-se que até o ano passado éramos oposição."


Do deputado federal SEVERIANO ALVES (PDT-BA), sobre a pressão para que Carlos Lupi deixe o Ministério do Trabalho caso não aceite se afastar da presidência do PDT.



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