São Paulo, segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Comissão de frente

Para divulgar suas viagens pelo país, feitas quase sempre ao lado da ministra da Casa Civil e pré-candidata Dilma Rousseff, Lula tem dado atenção especial à imprensa regional. Em menos de dois meses, já concedeu oito entrevistas exclusivas a veículos de Estados por onde passou ou passará em 2009 -foram 19 ao longo de todo o ano passado.
As entrevistas costumam ser por escrito e seguem todas o mesmo padrão: com alguns dias de antecedência, o Planalto liga para um jornal do Estado a ser visitado por Lula e propõe que sejam enviadas cinco perguntas ao presidente. Em geral, elas tratam do PAC, e as respostas invariavelmente viram manchete.



Fala povo. A Presidência também já se reuniu com representantes de cerca de dez jornais populares para discutir o formato e a periodicidade da coluna fixa que Lula pretende manter para responder a dúvidas de leitores.

Imersão. Durante sua passagem por Recife, Dilma Rousseff perguntou a que horas saía o "bloco do maracatu" e foi corrigida por políticos locais: não há bloco nesse caso. Também espantou-se com homens com um cravo na boca. "Simbolizam segredo e corpo fechado", explicou um funcionário da prefeitura.

DNA. A petistas a ministra da Casa Civil disse que um dos motivos que a levaram a ir ao Estado no período de Carnaval era conhecer a "matriz cultural do presidente Lula".

Classificados 1. A Casa Civil recebeu propostas de empresas interessadas em disputar licitação para fornecimento de cerca de 22 mil litros de gasolina à frota de seguranças da filha de Lula, Lurian, em Florianópolis. Ela tem oito carros à disposição, que gastam R$ 55 mil de combustível/ano. Também está em curso licitação de R$ 25 mil para interessados em fazer manutenção dos carros.

Classificados 2. Recém-nomeada secretária de Ação Social do município de São José, na Grande Florianópolis, Lurian também conta com a estrutura da prefeitura.

Inchaço. A decisão de divulgar as notas fiscais do uso da verba indenizatória dos deputados deve ter como efeito colateral o aumento da estrutura do setor da Câmara responsável por elas. Os 13 servidores hoje ali lotados não são suficientes para digitar e colocar no site da Casa os detalhes das milhares de notas mensais.

SP 2010. Embora Geraldo Alckmin tenha saltado várias casas no jogo ao se tornar secretário estadual do Desenvolvimento, uma ala do serrismo, Gilberto Kassab (DEM) à frente, continua a trabalhar firme para que o chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes, seja o candidato ao governo de São Paulo caso o chefe deixe o cargo para disputar a Presidência em 2010.

O amor é lindo. O clima entre Serra e Alckmin nas frequentes viagens ao interior tem sido dos melhores, em nada lembrando a saia justa da eleição municipal de 2008. Quem conhece bem Serra já aconselhou os apoiadores de Aloysio a não pressionarem o governador em excesso, sob pena de vê-lo aproximar-se ainda mais de Alckmin.

Público cativo. Agora na condição de secretário, Alckmin retomou a antiga rotina de dar entrevistas quase que diariamente a emissoras de rádio do interior de São Paulo, onde suas taxas de conhecimento e de aprovação não têm paralelo com as de nenhum outro pré-candidato.

Supersize. A convicção tucana de que Kassab prepara a candidatura de Alexandre de Moraes (DEM) à sua sucessão só fez crescer com a notícia de que o secretário dos Transportes acumulará a pasta de Serviços. Ou seja, o homem do trânsito e dos ônibus agora é também o homem do lixo.

com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"José Serra e Aécio Neves deveriam se espelhar no exemplo de Hillary Clinton e Barack Obama, que fizeram mais de 20 debates nas prévias do Partido Democrata."


Do senador EDUARDO SUPLICY (PT-SP), sobre o racha no PSDB em torno da realização de prévias presidenciais em 2010.

Contraponto

Nome próprio

Na eleição de 2000, uma caravana do PSDB chegou a uma cidadezinha da Bahia perto da meia-noite para um comício. Marcelo Nilo, hoje presidente da Assembleia, foi o primeiro a falar. De microfone em punho, percebeu que não tinha ideia de onde estava e a quem deveria apoiar.
Em pânico, sussurrou ao correligionário Jutahy Júnior:
-O nome, o nome...
-Lafaiete Coutinho-, respondeu baixinho o deputado.
Nilo então soltou a voz:
-Quero saudar o futuro prefeito Lafaiete Coutinho!
A multidão veio abaixo. Só então ele percebeu que se tratava do nome da cidade e não do candidato.


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