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Governo quer antecipar visita de Obama ao Brasil para 1º semestre
Proposta, que será passada a Hillary, visa evitar "contaminação" do processo eleitoral
COLUNISTA DA FOLHA
O governo vai sugerir à secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, que o presidente Barack Obama venha ao
Brasil ainda neste primeiro semestre, para evitar "contaminação" do processo eleitoral na
visita. A eleição é em outubro.
Hillary tem encontro com o
chanceler Celso Amorim e o
presidente Lula na quarta da
semana que vem, em Brasília.
A americana poderá falar sobre a Venezuela, mas outros temas terão destaque: Irã, Haiti e
Honduras, além de relações bilaterais. A visita de Hillary tem
o objetivo de discutir datas e
afunilar a pauta da vinda de
Obama. A agenda dela será detalhada na sexta com o subsecretário de Estado para Assuntos Políticos, William Burns.
A questão mais delicada será
o Irã. O Brasil investe no diálogo com o regime de Mahmoud
Ahmadinejad, e Lula deve viajar a Teerã em 15 de maio.
Os EUA estão no lado oposto,
articulando para ampliar sanções ao país, que anunciou o
enriquecimento de urânio a
20% e não garante que não irá
projetar a bomba atômica.
"A agenda do Brasil é para
paz, estabilidade, diálogo e solução diplomática, e nossa ação
é transparente", disse o secretário-geral do Itamaraty, Antonio Patriota, que foi embaixador em Washington, conhece
Hillary e tem contato com
Burns e o embaixador dos EUA
no Brasil, Thomas Shannon.
Segundo Patriota, a conversa
entre Amorim e Hillary deve
abordar pontos de vista diferentes quanto "a valor e eficácia" de ampliar as sanções.
No caso de Honduras, Brasília e Washington começam a
afunilar posições para a reintegração do país à Organização
dos Estados Americanos, de
onde foi suspenso após o golpe
de 2009 contra Manuel Zelaya.
Brasília admite o reconhecimento ao presidente eleito,
Porfírio "Pepe" Lobo, mas conta com o apoio de Washington
para colher de Lobo garantias
de governo de coalizão, com livre trânsito de Zelaya.
No caso do Haiti, EUA e Brasil tentarão fazer um programa
para "projetos estruturantes".
(ELIANE CANTANHÊDE)
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