São Paulo, terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

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Governo quer antecipar visita de Obama ao Brasil para 1º semestre

Proposta, que será passada a Hillary, visa evitar "contaminação" do processo eleitoral

COLUNISTA DA FOLHA

O governo vai sugerir à secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, que o presidente Barack Obama venha ao Brasil ainda neste primeiro semestre, para evitar "contaminação" do processo eleitoral na visita. A eleição é em outubro.
Hillary tem encontro com o chanceler Celso Amorim e o presidente Lula na quarta da semana que vem, em Brasília.
A americana poderá falar sobre a Venezuela, mas outros temas terão destaque: Irã, Haiti e Honduras, além de relações bilaterais. A visita de Hillary tem o objetivo de discutir datas e afunilar a pauta da vinda de Obama. A agenda dela será detalhada na sexta com o subsecretário de Estado para Assuntos Políticos, William Burns.
A questão mais delicada será o Irã. O Brasil investe no diálogo com o regime de Mahmoud Ahmadinejad, e Lula deve viajar a Teerã em 15 de maio.
Os EUA estão no lado oposto, articulando para ampliar sanções ao país, que anunciou o enriquecimento de urânio a 20% e não garante que não irá projetar a bomba atômica.
"A agenda do Brasil é para paz, estabilidade, diálogo e solução diplomática, e nossa ação é transparente", disse o secretário-geral do Itamaraty, Antonio Patriota, que foi embaixador em Washington, conhece Hillary e tem contato com Burns e o embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon.
Segundo Patriota, a conversa entre Amorim e Hillary deve abordar pontos de vista diferentes quanto "a valor e eficácia" de ampliar as sanções.
No caso de Honduras, Brasília e Washington começam a afunilar posições para a reintegração do país à Organização dos Estados Americanos, de onde foi suspenso após o golpe de 2009 contra Manuel Zelaya.
Brasília admite o reconhecimento ao presidente eleito, Porfírio "Pepe" Lobo, mas conta com o apoio de Washington para colher de Lobo garantias de governo de coalizão, com livre trânsito de Zelaya.
No caso do Haiti, EUA e Brasil tentarão fazer um programa para "projetos estruturantes". (ELIANE CANTANHÊDE)


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