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CÂMARA
Manobra de governistas barra votação de CPI em SP
JOÃO CARLOS SILVA
da Reportagem Local
Em mais uma
manobra para não
colocar em votação
pedidos de CPI
(Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a administração Celso Pitta (PTN) e denúncias
contra os próprios colegas, vereadores governistas esvaziaram a
sessão de ontem da Câmara de
São Paulo.
Dos 55 vereadores paulistanos,
29 -todos de partidos que
apóiam o prefeito- não responderam à chamada, e a sessão de
ontem acabou encerrada por falta
de quórum. A ausência governista não inclui Ivo Morganti
(PMDB), que estava ontem de licença. Era necessária a presença
de 28 vereadores para pedidos de
CPI serem colocados em votação,
mas só 25 parlamentares ficaram
em plenário.
Uma informação que circulou
no Legislativo levantou a suspeita
de que a estratégia governista para barrar a aprovação de uma CPI
para apurar denúncias feitas pela
ex-primeira-dama Nicéa Pitta inclui a pressão do PPB, do ex-prefeito Paulo Maluf, para evitar que
um vereador da bancada continue apoiando a oposição.
Nicéa, entre outras coisas, acusa
o prefeito de participar de um esquema de pagamento de propina
a vereadores para não ser investigado no Legislativo.
Ameaçado de perder a legenda
em um ano de eleição, o vereador
Salim Curiati Júnior (PPB), que
rompeu com Pitta no ano passado e vinha votando com a oposição, também teria deixado a sessão de ontem para não votar a
apuração das denúncias da ex-primeira-dama.
A assessoria de imprensa do vereador negou ontem que ele tenha
sido ameaçado de expulsão pelo
PPB . Segundo a assessoria, Curiati Júnior deixou a sessão de ontem para ir a um velório.
Contas
Os partidos de oposição, junto
com o PL e Curiati Júnior, contavam ter 26 dos 28 votos necessários para aprovar a CPI. Sem Curiati Júnior, eles ficam, em tese,
com 25 votos.
Do outro lado, governistas também não conseguem reunir os 28
votos para arquivar o pedido de
CPI, protocolado pelo vereador
José Eduardo Cardozo (PT).
O impasse deve se repetir na
sessão de hoje, principalmente
porque o PMDB ainda não decidiu se a bancada apoiará ou não o
pedido de CPI. Com dez vereadores, o partido vai ter o poder de
decidir se as denúncias serão ou
não investigadas pela Câmara.
De acordo com o líder do partido na Câmara, Jooji Hato, a decisão deverá ser tomada na semana
que vem.
"Queremos aguardar a chegada
do pedido de impeachment que
vai ser apresentado pelo presidente da OAB (Rubens Approbato Machado). Só depois disso vamos decidir sobre o pedido de impeachment e sobre a CPI."
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