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CACIQUE PETISTA
Lula hesita, mas usa cocar em solenidade
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A seis meses da eleição, o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva ignorou ontem a "maldição do cocar" e colocou o adereço na cabeça durante cerimônia com índios no Planalto.
Depois disso, no mesmo evento, ouviu uma representante
indígena pedir mais quatro
anos do petista na Presidência.
"Torcemos que, na próxima
gestão, estejamos mais uma
vez juntos com o senhor [presidente], com o movimento
indígena apoiando o senhor.
E, quem sabe, na próxima gestão, o senhor assine o Conselho Nacional de Política Indigenista do Brasil", disse Azelene Kaingang, presidente da
Warã Instituto Indígena Brasileiro, em discurso no Planalto.
O presidente participou pela
manhã da assinatura do decreto que cria a Comissão Nacional de Política Indigenista. Antes de assinar o decreto, Lula
posou ao lado de índios Rikbaktsa e recebeu um cocar do
cacique Francisco Urbano
Pokze. Discretamente, um integrante do cerimonial da Presidência ainda tentou evitar
que Lula colocasse o objeto,
mas não houve tempo. Constrangido, Lula se curvou para
que o índio colocasse o cocar
em sua cabeça. "É um cocar
conhecido por myhara. Significa paz e amor", disse Pokze.
Depois, Lula nem discursou.
Políticos acham que o adorno dá azar e citam os casos de
Tancredo Neves e Ulysses Guimarães, que foram fotografados com ele. Em 1994, Lula ganhou um cocar em Campo
Grande (MS) e depois perdeu a
eleição. A ex-primeira-dama
Ruth Cardoso também integra
a lista: em 1995, ela quebrou o
braço após ter ganho um de
mulheres indígenas.
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