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Lula descarta aliança nacional com PSDB
Para presidente, a coligação costurada em Minas Gerais entre tucanos e petistas não deve se repetir em outros Estados
Em entrevista à TV Gazeta, presidente diz, sobre sua relação com Serra e Aécio, que não há possibilidade de não ser amigo de governante
DA REDAÇÃO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse não acreditar
que a aliança PSDB-PT que está
sendo articulada pelo governador tucano Aécio Neves (MG) e
pelo prefeito petista de Belo
Horizonte Fernando Pimentel
para a sucessão na capital mineira seja repetida em outros
Estados.
"Hoje [essa aliança no país] é
impossível. O fato de o Aécio fazer um acordo com o prefeito
Pimentel não quer dizer que seja aceito pelo PT", disse em entrevista ao programa "Em
Questão", da TV Gazeta, gravado durante a semana e que vai
ao ar hoje, a partir das 23h45.
Apesar das diferenças entre
os dois partidos, Lula disse ter
bom relacionamento com os
governadores tucanos Aécio e
José Serra (SP). "Não há possibilidade de não ser amigo de
quem for governante".
Sobre eleições, o petista afirmou que trabalha para fazer
seu sucessor em 2010, mas que
ainda não está discutindo o assunto e nem tem um candidato.
Ele espera que os partidos que
compõem a base de sustentação do governo comecem a trabalhar um nome após as eleições municipais deste ano.
Lula relatou que o governo
procura negociar com o Congresso Nacional uma nova maneira para editar as medidas
provisórias, que têm sido alvo
de reclamação de parlamentares. "Precisamos encontrar um
ponto de equilíbrio para que
nem o Congresso Nacional deixe de cumprir sua função nem o
governo deixe de governar."
Durante a entrevista, que durou 35 minutos, o presidente
falou ainda que espera que os
Estados Unidos "debelem sua
crise financeira o quanto antes,
para não jogar nas costas dos
países em desenvolvimento os
prejuízos dela". Ressaltou que o
Brasil não tem nenhuma participação na crise por não possuir investimentos no mercado
imobiliário norte-americano e
que se sente em uma situação
financeira confortável.
As turbulências no mercado
norte-americano tiveram início na inadimplência entre os
consumidores do segmento
"subprime" (de alto risco). Para
analistas, os Estados Unidos estão entrando em recessão.
Na última semana, as principais Bolsas do mundo, com exceção das asiáticas, fecharam
em queda. A Bolsa de Valores
de São Paulo chegou a registrar
sua segunda pior queda no ano:
5,01%, para 58.827 pontos.
Diplomacia e reforma
Questionado sobre os problemas diplomáticos com a Espanha, provocados pelo veto à
entrada de brasileiros, Lula disse que se sentiu ofendido e que
o assunto será resolvido em
breve pelo Itamaraty.
O aumento de brasileiros
inadmitidos na Espanha ganhou repercussão quando a
mestranda em física da USP
Patrícia Magalhães foi barrada,
no início de fevereiro.
Conforme o Ministério do
Interior espanhol, nos meses
de janeiro e fevereiro, 880 brasileiros foram impedidos de entrar na Espanha. Em contrapartida, após o agravamento da
crise, o governo brasileiro começou a impedir a entrada de
espanhóis no Brasil. Desde então, ao menos 24 foram barrados nos aeroportos brasileiros.
Na entrevista, o petista disse
também que a reforma tributária que está em tramitação no
Congresso Nacional não é um
projeto de governo, mas uma
necessidade do país.
Lula reiterou que é contrário
à proposta de um terceiro mandato e que não vê a hora de chegar o dia 2 de janeiro de 2011,
quando, segundo ele, estará em
sua casa, em São Bernardo do
Campo (SP), sem o compromisso de governar o Brasil.
"Peço a Deus que chegue esse
dia. Comecei na militância política aos 23 anos. Hoje tenho
62 anos. Penso que chega um
momento que a gente precisa
parar", concluiu, dizendo que
não deixará de fazer política.
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