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PREVIDÊNCIA
Marchezan planeja tirar emenda que veta aos dirigentes de fundos vínculo empregatício com patrocinadora
Tucano quer alterar projeto sobre fundos
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O relator do projeto de lei que
trata das regras gerais da previdência complementar, deputado
federal Nelson Marchezan
(PSDB-RS), disse ontem que
apresentará parecer contrário à
emenda que proíbe aos dirigentes
de fundos de pensão vínculo empregatício com a empresa patrocinadora da entidade.
A emenda foi anexada ao projeto pelo senador e ex-ministro da
Previdência Waldeck Ornélas
(PFL-BA), que deixou a pasta em
23 de fevereiro, durante a tramitação da proposta no Senado.
A emenda é de autoria da secretária de Previdência Complementar, Solange Vieira, e vem sendo
defendida pelo deputado federal
licenciado Roberto Brant (PSDB-MG), atual ministro da Previdência, que assumiu o cargo no dia 13
de março.
Em entrevista à Folha na semana passada, a secretária afirmou
que a emenda enfrenta resistências na Câmara dos Deputados,
mas que já havia acordo com o
PSDB e o PFL para sua aprovação.
A previsão é que o projeto seja votado ainda nesta semana.
"Vou me reunir amanhã [hoje"
com a minha bancada e os líderes
dos outros partidos e mostrar que
essa emenda é um corpo estranho
ao projeto", adiantou Marchezan.
Emenda Ornélas
Segundo Marchezan, desde que
foi designado relator do projeto
pelo presidente da Câmara, deputado Aécio Neves (PSDB-MG), ele
recebeu apenas uma manifestação favorável à "emenda Ornélas". "Foi um telefonema do ministro Brant. Todas as demais manifestações foram contrárias", declarou o deputado tucano.
O relator afirma que a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito)
dos fundos de pensão - realizada pelo Congresso Nacional em
1996 - chegou a incluir em suas
recomendações que representantes das patrocinadoras e dos participantes façam parte da administração das entidades.
"Impedir o vínculo empregatício é um defeito", avalia o deputado, que esteve fora de Brasília na
última semana em razão de um
acidente. Ele acrescentou que
atualmente existem fundos que
estão sob intervenção do Ministério da Previdência e são administrados por empresas privadas.
O governo federal defende a
emenda que proíbe o vínculo empregatício em nome da boa governança dos fundos. Na opinião de
Solange Vieira, é preciso assegurar autonomia de gestão para os
administradores. Para isso, eles
não podem estar ligados à empresa patrocinadora do fundo nem
aos próprios participantes.
O deputado Nelson Marchezan
informou ainda que deverá acatar
as outras duas emendas feitas ao
projeto que está em tramitação.
Ambas tratam da portabilidade,
que é um mecanismo que permite
ao participante transferir de um
fundo para outro as contribuições
feitas por ele e pela empresa patrocinadora.
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