|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Secretário do Tesouro dos EUA mantém contato regular com o governo argentino
Bush já discute ajuda à Argentina
MARCIO AITH
ENVIADO ESPECIAL A QUÉBEC
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, já discute
abertamente uma nova ajuda financeira à Argentina. Na entrevista que encerrou ontem a Cúpula das Américas, em Québec, Bush
disse que seu secretário do Tesouro, Paul O'Neill, está em contato
regular com o governo argentino
e sugeriu que uma nova ajuda internacional poderá ser concedida
ao país, No entanto "ainda é cedo" para definir se ela será bilateral ou virá na forma de um reforço
por meio do FMI (Fundo Monetário Internacional).
"Estamos observando com
muito cuidado [a situação argentina". Mantemos contato regular
com o governo e tomaremos a decisão sobre uma ajuda bilateral ou
uma ajuda adicional por meio de
instituições financeiras internacionais, de acordo com o mérito
do caso."
Bush respondia a uma pergunta
sobre a possibilidade de o Tesouro dos EUA conceder ajuda direta
à Argentina para impedir que outras economias, especialmente a
do Brasil, sejam contagiadas.
"É muito cedo para tomarmos
essa decisão", respondeu Bush,
que sentava-se ao lado do presidente argentino, Fernando de la
Rúa. "Dito isso, o secretário do
Tesouro, [Paul" O'Neill, assim como outros da minha administração, estão observando de perto a
situação. É do interesse de nossa
nação que a economia da Argentina se recupere. Também é, obviamente, do interesse dos vizinhos que isso ocorra."
Foi a primeira vez que uma autoridade mencionou a hipótese de
ser necessário reforçar a blindagem (de US$ 40 bilhões) criada
em dezembro passado para proteger a economia argentina.
A julgar pelo comportamento
dos mercados nos últimos dias,
essa blindagem não está funcionando. No entanto, ninguém reconhece isso abertamente.
Embora Bush tenha acenado
com a possibilidade de um empréstimo dos EUA à Argentina,
há enormes resistências, dentro
de sua administração, à idéia de
usar dinheiro de contribuintes
norte-americanos para resolver
crises econômicas distantes.
Por esta razão, a declaração do
presidente norte-americano vale
mais pela simples alusão à necessidade de um reforço financeiro,
hipótese negada publicamente
pelo governo da Argentina e pelo
FMI.
Texto Anterior: Madrugada de domingo foi a mais violenta Próximo Texto: Marx conversa sobre dinheiro com americanos Índice
|