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São Paulo, quarta-feira, 23 de abril de 2003

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INVESTIGAÇÃO

Supostas operações financeiras feitas pelos ex-prefeitos são o alvo

PF investiga Maluf e Pitta nos EUA

ROBERTO COSSO
DA REPORTAGEM LOCAL

Desde anteontem, uma equipe da Polícia Federal investiga em Nova York operações financeiras supostamente realizadas pelos ex-prefeitos paulistanos Paulo Maluf (93-96) e Celso Pitta (97-2000) em território norte-americano.
O promotor Silvio Marques, da Promotoria de Justiça da Cidadania de São Paulo, também está em Nova York para colaborar com as investigações, sob responsabilidade do delegado federal José Francisco de Castilho Neto e do perito Renato Barbosa.
Marques, que foi convidado pela PF a integrar a equipe, levou para Nova York os documentos que reuniu no Brasil sobre as movimentações financeiras dos dois. Ele recebeu de Castilho Neto as informações que a PF obteve nos EUA nos últimos dois meses.
"Estamos verificando a trilha do dinheiro desviado da Prefeitura de São Paulo nas gestões dos dois ex-prefeitos", afirma Marques.
Em junho de 2001, a Folha revelou que as autoridades de Jersey haviam bloqueado pelo menos US$ 200 milhões pertencentes a Maluf e a familiares dele. O ex-prefeito nega a existência dos depósitos (leia texto nesta página), que são objeto de investigações.
Um laudo elaborado pelo setor técnico-científico do Ministério Público mostra que foram desviados US$ 195 milhões na construção da avenida Água Espraiada, realizada na gestão Maluf.
O suposto trajeto do dinheiro desviado, descrito à Promotoria por testemunhas, coincide com as informações colhidas pela PF.
A PF investiga a utilização da agência do Banestado (Banco do Estado do Paraná, privatizado em outubro de 2000) de Nova York para lavagem de dinheiro.
O Ministério Público também abriu um inquérito civil contra Pitta em virtude de sua ex-mulher, Nicéa Camargo, ter afirmado que ele mantinha uma conta no MTB Bank de Nova York em nome de uma empresa "offshore" constituída nas Ilhas Virgens Britânicas, paraíso fiscal no Caribe.
As informações da PF confirmam que há uma conta em nome da mesma empresa, nos mesmos termos das acusações de Nicéa. Ao longo desta semana, Marques e Castilho Neto farão reuniões com autoridades dos EUA.


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