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INVESTIGAÇÃO
Supostas operações financeiras feitas pelos ex-prefeitos são o alvo
PF investiga Maluf e Pitta nos EUA
ROBERTO COSSO
DA REPORTAGEM LOCAL
Desde anteontem, uma equipe
da Polícia Federal investiga em
Nova York operações financeiras
supostamente realizadas pelos ex-prefeitos paulistanos Paulo Maluf
(93-96) e Celso Pitta (97-2000) em
território norte-americano.
O promotor Silvio Marques, da
Promotoria de Justiça da Cidadania de São Paulo, também está em
Nova York para colaborar com as
investigações, sob responsabilidade do delegado federal José
Francisco de Castilho Neto e do
perito Renato Barbosa.
Marques, que foi convidado pela PF a integrar a equipe, levou para Nova York os documentos que
reuniu no Brasil sobre as movimentações financeiras dos dois.
Ele recebeu de Castilho Neto as
informações que a PF obteve nos
EUA nos últimos dois meses.
"Estamos verificando a trilha do
dinheiro desviado da Prefeitura
de São Paulo nas gestões dos dois
ex-prefeitos", afirma Marques.
Em junho de 2001, a Folha revelou que as autoridades de Jersey
haviam bloqueado pelo menos
US$ 200 milhões pertencentes a
Maluf e a familiares dele. O ex-prefeito nega a existência dos depósitos (leia texto nesta página),
que são objeto de investigações.
Um laudo elaborado pelo setor
técnico-científico do Ministério
Público mostra que foram desviados US$ 195 milhões na construção da avenida Água Espraiada,
realizada na gestão Maluf.
O suposto trajeto do dinheiro
desviado, descrito à Promotoria
por testemunhas, coincide com as
informações colhidas pela PF.
A PF investiga a utilização da
agência do Banestado (Banco do
Estado do Paraná, privatizado em
outubro de 2000) de Nova York
para lavagem de dinheiro.
O Ministério Público também
abriu um inquérito civil contra
Pitta em virtude de sua ex-mulher, Nicéa Camargo, ter afirmado
que ele mantinha uma conta no
MTB Bank de Nova York em nome de uma empresa "offshore"
constituída nas Ilhas Virgens Britânicas, paraíso fiscal no Caribe.
As informações da PF confirmam que há uma conta em nome
da mesma empresa, nos mesmos
termos das acusações de Nicéa.
Ao longo desta semana, Marques
e Castilho Neto farão reuniões
com autoridades dos EUA.
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