São Paulo, sexta-feira, 23 de abril de 2004

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DISTRITO FEDERAL

Controladoria vê irregularidades na gestão Roriz

RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CGU (Controladoria Geral da União) fez uma investigação em compras feitas pelo governo do Distrito Federal e diz ter detectado uma série de irregularidades, como dispensa injustificada de licitação, superfaturamento e falha na prestação de contas.
Estimulada por uma representação de parlamentares do PT, oposição ao atual governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PMDB), a CGU investigou a compra, em 2002 e 2003, de veículos e embarcações de combate a incêndio para o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal.
O repasse federal para a compra, feita da empresa finlandesa Bronto Skylift, foi de R$ 49,5 milhões. A primeira irregularidade, segundo a CGU, foi a dispensa de licitação, sob o argumento de que só a empresa finlandesa seria fornecedora dos equipamentos.
A Controladoria afirma ter constatado a existência de outras empresas com capacidade para fornecer os equipamentos e com preços muito menores.
"Diante da comprovação da existência de outras empresas que pudessem fornecer os equipamentos, fica comprovada a viabilidade de competição ou realização de licitação para a aquisição dos equipamentos em valores mais vantajosos para a administração pública", afirma a CGU.
Em outro ponto do relatório, a Controladoria diz que, dos R$ 49,5 milhões repassados, não houve justificativa do gasto de R$ 7 milhões -os equipamentos teriam custado R$ 42,5 milhões.
Outra suposta irregularidade é a ligação de um consultor da empresa finlandesa com o Corpo de Bombeiros. José Carlos Pereira Duarte, apontado como consultor da Ano Dois Representações Ltda., que representaria a Bronto no Brasil, seria coronel da reserva do Corpo de Bombeiros.
A CGU sugere investigação pelo Ministério da Fazenda e pela Corregedoria do Distrito Federal.


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