São Paulo, quarta-feira, 23 de abril de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

"Fechei com Kassab"

Orestes Quércia selou ontem o acordo do PMDB com o DEM em torno da reeleição de Gilberto Kassab. "Fechei com o Kassab", avisou o ex-governador a uma pessoa de sua inteira confiança. A aliança dará ao prefeito cerca de 7min30s no horário gratuito, contra 4min do PT de Marta Suplicy e 3min do PSDB de Geraldo Alckmin, que dividem a liderança na mais recente pesquisa Datafolha. Ambos podem fechar outras alianças, mas nenhuma sigla disponível tem tempo de televisão semelhante ao do PMDB.
Guilherme Afif, candidato natural do DEM ao Senado em 2010, garantiu a Quércia que não disputará a eleição e que o partido apoiará o ex-governador.



Plano B. O PT, que também negociava com Quércia, tentará agora turbinar o tempo de televisão de Marta amarrando ao barco o PR e uma ou mais siglas do bloquinho. O alvo preferencial é o PSB.

Em estúdio. O PSDB paulista está (surpresa!) dividido quanto aos comerciais de TV que terá a partir de 7 de maio. Os alckmistas querem colocar seu candidato na tela a qualquer custo. Os serristas defendem que o ex-governador aguarde nova oportunidade no mês seguinte. O tema será debatido pela direção estadual na próxima segunda.

Veja bem. FHC diz não ter preferência entre os dois presidenciáveis tucanos, embora reconheça que, "hoje, o Serra está em vantagem". Reportagem da Folha revelou que ele transmitiu esse diagnóstico a Aécio Neves. O ex-presidente acha que é "cedo" para discutir nomes. E acrescenta que, "às vezes, fura-se a fila" na política. "Não vê o Obama?".

Baianidade. Do candidato ACM Neto (DEM) para o governador Jaques Wagner (PT) no fórum de Comandatuba: "Não adianta que não vou lhe bater, nada me fará lhe atacar". É efeito da popularidade de Lula em Salvador.

Bedéis. Algo constrangidos, os auditores designados para acompanhar a visita dos integrantes da CPI dos Cartões ao TCU pediram licença para anotar os horários em que os parlamentares iam e voltavam do banheiro.

Tchau 1. Os governistas acertaram a derrubada, em votação hoje, da medida provisória que proíbe a venda de bebidas alcoólicas em estradas. Vários partidos da base aliada nutrem antipatia pelo texto, mas o PTB é o mais ativo em bombardeá-lo.

Tchau 2. Um líder aliado cunhou explicação sucinta para a má vontade geral com a MP: "Os prejudicados têm nome e CNPJ; os beneficiados são difusos". O lobby dos revendedores, que aborda deputados no aeroporto de Brasília com faixas e panfletos, selou o destino da medida.

Calma lá. Luiz Marinho convocou reunião de emergência para hoje com as centrais sindicais. O ministro da Previdência pretende demovê-las da idéia, divulgada pela Força, de usar o fim do fator previdenciário, dispositivo derrubado pelo Senado que irá agora a votação na Câmara, nas festas do 1º de Maio.

Energia. O ânimo de José Alencar nas recentes aparições públicas foi provocado por boas notícias médicas. O vice-presidente se submeteu a um check-up em São Paulo na sexta para verificar se havia sinais de volta do tumor na região abdominal. Os três exames foram negativos. Ele fará nova checagem em 60 dias.

Visita à Folha. Abram Szajman, presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Antonio Carlos Borges, diretor-executivo da Fecomercio, Luiz Francisco de Assis Salgado, diretor regional do Senac, e Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc.

Tiroteio

Pelo menos o PSDB é isonômico: não gosta de pobre brasileiro nem de pobre paraguaio.

Do deputado federal ANDRÉ VARGAS (PT-PR), sobre as críticas de tucanos à sinalização do governo de que aceitaria renegociar o preço pago ao país vizinho pela energia gerada em Itaipu.

Contraponto

A causa de cada um

No início deste ano, período em que se desdobrava no esforço para atender aos inúmeros pedidos de cargos que os partidos aliados lhe apresentavam, o ministro das Relações Institucionais, José Múcio, teve uma reunião com a colega Marina Silva, do Meio Ambiente.
A ministra se mostrava indiferente aos pleitos de postos em sua pasta, sobretudo nos escritórios regionais do Ibama. A dada altura, ela justificou:
-Eu nem mexo com cargos. Minha missão no governo é cuidar do meio ambiente!
Bem-humorado, Múcio aproveitou a deixa:
-E a minha, ministra, é zelar pelo bom ambiente!


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