São Paulo, sexta-feira, 23 de abril de 2010

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Com problemas entre PT e PDT no Paraná, Dilma cancela viagem

Divergências entre aliados provocam indefinição sobre palanque no Estado; PT-PR decide amanhã se terá candidato ao governo

Segundo José Eduardo Dutra, presidente do PT, suspensão da visita se deu devido a "divergência de agenda" da pré-candidata


MÁRCIO FALCÃO
RANIER BRAGON

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA Em meio a divergências entre seus aliados na montagem de palanque no Paraná, a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, decidiu cancelar sua passagem pelo Estado que estava prevista para hoje. Com problemas para se aliar ao PDT, o Diretório Estadual do PT define amanhã se lança ou não candidato próprio ao governo paranaense.
Na segunda-feira, a ex-ministra havia confirmado a visita ao Paraná. Segundo o presidente do PT, José Eduardo Dutra, o cancelamento da viagem não tem relação com a indefinição do palanque, mas sim a uma redefinição de agenda.
No Paraná, Dilma tinha encontros previstos na Federação das Indústrias do Estado, com sindicalistas e também com lideranças evangélicas.
"Foi uma divergência de agenda. Achamos que não compensava o custo benefício de ir e voltar no mesmo dia ao Paraná", disse Dutra. A situação do palanque de Dilma no Estado é delicada. Os petistas tinham sinalizado apoio à candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao governo, mas as negociações foram suspensas, já que o PT insiste em lançar Gleisi Hoffmann ao Senado, posto que Dias pretendia reservar ao PP.
Os comandos do PT e do PDT devem voltar a conversar na próxima semana. A expectativa é que Dutra fale com o ministro Carlos Lupi (Trabalho), presidente licenciado do PDT.
O PT espera encontrar até o dia 15 de maio uma solução para os impasses regionais. A avaliação dos petistas é que só após a definição dos palanques estaduais é que a agenda da ministra poderá deslanchar.
A partir de amanhã, entretanto, Dilma começa a cumprir um roteiro que priorizará São Paulo, reduto de seu principal adversário, o ex-governador José Serra (PSDB). Amanhã ela participa ao lado do presidente Lula do lançamento da pré-candidatura de Aloizio Mercadante (PT) ao governo do Estado. À noite, ele deve seguir para o Rio para participar do aniversário da economista Maria da Conceição Tavares.
No domingo, Dilma comparecerá ao lançamento da candidatura de Lindberg Farias (PT-RJ) ao Senado, evento que acontecerá na quadra da escola de samba Portela. Na semana que vem, Dilma confirmou presença na festa de 1º de Maio da Força Sindical e da CUT (Central Única dos Trabalhadores).
Dilma voltou a criticar o PSDB ontem, em entrevista a uma rádio, afirmando que o partido "já defendeu o fim do Bolsa Família e acha que o programa é contraditório com a geração de empregos". A pré-candidata disse ainda que, antes do governo Lula, "só se prendiam pobres e pessoas de menos recursos".
Questionada sobre a afirmação de Ciro de que a aliança PT-PMDB representa um "roçado de escândalos", Dilma defendeu as siglas dizendo que a corrupção não pode ser "confundida com um partido".


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