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Sem-terra invadem fazenda de empresa na BA pela 3ª vez
Empresa pede reintegração e estima prejuízo em R$ 100 mil; MST já fez atos em 20 Estados em abril
MATHEUS MAGENTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
A produtora de celulose Veracel entrou ontem com pedido
de reintegração de posse de
uma fazenda em Eunápolis (sul
da Bahia) que permanece invadida por integrantes do MST
(Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) desde a
noite de terça-feira.
A empresa pede na Justiça o
cumprimento do mesmo pedido de reintegração de posse
concedido em duas invasões no
ano passado. Desta vez, os sem-terra derrubaram ao menos 5
dos 4.700 hectares de eucalipto
para plantar feijão.
A invasão faz parte do chamado "abril vermelho", promovido para lembrar a morte de
sem-terra em Eldorado do Carajás (PA), em 1996. Segundo o
MST, cerca de 400 famílias estão no local. Já a Veracel diz
que são cem pessoas.
Os sem-terra afirmam que a
invasão foi feita para pressionar o governo federal a avançar
nas negociações sobre desapropriações de terra na região.
A empresa estima que os prejuízos já chegam a quase R$ 100
mil. Na invasão anterior, o prejuízo ultrapassou R$ 1 milhão,
segundo cálculos da Veracel.
Por meio de nota, a empresa
afirma que a "invasão desrespeita as determinações do Judiciário de Eunápolis, que determinou a reintegração, já
cumprida no passado por duas
vezes, sempre com desocupação pacífica do local".
Ainda de acordo com a Veracel, procedimentos do governo
baiano mostram que as terras
da empresa não são devolutas,
o que anula "argumentos dos
movimentos sociais que justificam invasões sob o pretexto de
serem áreas passíveis de reforma agrária".
O MST também promove
uma marcha com cerca de
5.000 integrantes que deve
chegar a Salvador no domingo.
A direção estadual do movimento ainda não decidiu se a
manifestação seguirá para a sede do governo estadual ou para
a do Incra (Instituto Nacional
de Colonização e Reforma
Agrária).
No "abril vermelho" deste
ano, o MST promoveu, até o
momento, manifestações e invasões em 20 Estados.
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