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JANIO DE FREITAS
Outras candidaturas
Se é verdade que o Brasil, ao
que diz Fernando Henrique
Cardoso, "corre o risco de se
transformar em uma Argentina",
dependendo de quem seja o seu
sucessor, são incorretas as repetidas críticas do mesmo Fernando
Henrique Cardoso às corretoras
internacionais que desaconselharam investimentos estrangeiros
em papéis brasileiros -o que implica reprovação não só do líder
das pesquisas, mas também da
obra produzida pelo atual governo.
Nos muitos anos em que presidiu a Fiesp, Mario Amato não legou uma só palavra exemplar que
o lembre à posteridade. Mas será
sempre lembrado como autor do
terrorismo verbal que marcou um
dos momentos mais indignos da
política brasileira, quando pronunciou a fraude de que 800 mil
empresários deixariam o Brasil se
Luiz Inácio Lula da Silva fosse
eleito presidente.
Para ajudar seu candidato a
presidente, Fernando Henrique
Cardoso não precisaria candidatar-se a Mario Amato. Se mais
não fosse, ao menos por não lhe
convir, nem ao candidato, projetar mais desconfiança sobre o
país que deixará ao sucessor. País
recordista em altitude dos juros e
que, está nos jornais de hoje, não
pode reduzir os mortais 18,5%
nem mesmo na esperada insignificância de 0,25 ponto percentual.
Não conviria, também, alinhar-se ao padrão da Merrill Lynch,
que iniciou o recente ataque ao
Brasil e agora, nos Estados Unidos, vai pagar multa de US$ 100
milhões por comportamentos tão
desonestos como, entre outros,
"relatórios enganosos sobre pesquisas de ações". Já foi feito à
Merrill Lynch o agradecimento
suficiente pelo prejuízo do seu
ataque ao Brasil: o representante-mór da Merrill Lynch condenada
por desonestidade está se tornando, por designação de Fernando
Henrique, integrante do Conselho
de Ética do governo.
É Marcílio Marques Moreira,
ex-ministro da Fazenda de Collor
e atual presidente da Associação
Comercial do Rio, graças a uma
mágica, porque não é do comércio.
A Rita levou
A julgar por seu desempenho como deputada, Rita Camata tem
muitas afinidades conceituais
com José Serra, em relação a problemas brasileiros. Na prática política, porém, tem sido muito
mais independente e afirmativa.
Bem mais definida nas questões
sociais, que são seu tema predileto. Não tem ranço tecnocrático
nem maneirismos de político, o
que lhe permite ter o aspecto de
uma pessoa. Apesar da beleza, em
matéria de discrição lembra a senadora Marina Silva, e não Marta Suplicy.
Se acalmar um pouco a turbulenta candidatura de José Serra,
já dará uma contribuição forte.
Se chegar ao governo e não acomodar as idéias e os princípios,
poderá dar, embora o vice seja
quase nada, as contribuições que
Marco Maciel fica devendo.
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