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São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 2003

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PAINEL

Novos tempos
O Planalto tem pressionado deputados a retirar suas assinaturas do pedido de CPI para investigar se Ricardo Sérgio, ex-caixa de campanhas tucanas, favoreceu o consórcio Telemar na compra da Tele Norte Leste.

Para o arquivo
O pedido de CPI foi apresentado no início de abril por Júlio Delgado (PPS), com 185 assinaturas (são necessárias 171). Vários petistas referendaram o documento, mas a comissão ainda não foi instalada porque o Planalto não quer a investigação. Ricardo Sérgio nega a acusação.

Mudança radical
Promessa de José Dirceu, hoje responsável pela articulação política do Planalto, feita durante a campanha presidencial: "Todo o processo de privatização que apresenta indícios de irregularidade deve ser auditado (...). Tudo que é irregular é ilícito e, portanto, nulo", dizia o petista.

Tigre de papel
Um oficial de Justiça do Supremo Tribunal Federal tentou por duas semanas entregar uma intimação a ACM, chamando-o a depor em um processo de injúria movido por Geddel Vieira Lima (PMDB). Mas, como o pefelista não foi encontrado, será convocado por um edital.

Normas de comportamento
Miguel Arraes vai se encontrar amanhã com Garotinho no Rio. O presidente do PSB dirá ao ex-governador que o partido gostaria que ele permanecesse na sigla, desde que siga as suas orientações. Do contrário, é melhor ir mesmo para o PMDB ou o PDT.

Questão de prioridade
Agnelo Queiroz (Esporte) pediu a Miguel de Souza (PL), relator da MP do cigarro, que mude de junho para dezembro de 2005 a proibição da propaganda de tabaco em eventos esportivos. Motivo: no segundo semestre de 2005 haverá um GP de motociclismo no Rio. O deputado, no entanto, não concordou.

Autonomia e marketing
Henrique Meirelles (BC) telefonou ontem a líderes dos partidos aliados no Congresso explicando que a manutenção da taxa Selic foi uma "decisão técnica". Questionado se os juros começarão a cair em junho, desconversou: "Vamos esperar".

Agenda cheia
Luis Carlos Afonso, novo secretário de Finanças de Marta (PT-SP), deixou a diretoria da Petros, mas continua como conselheiro em quatro empresas nas quais o fundo de pensão tem participação: Perdigão, Bonaire, Marlimpar e Petrolífera Marlim.

Prática de governo
Afonso não será o único secretário de Marta a acumular a função de conselheiro da Petros. Waldemir Garreta (Abastecimento) representa o fundo na CPFL Geração de Energia.

Barreira ambiental
O Grupo de Trabalho Amazônico e outras 19 ONGs lançarão campanha para que o Senado rejeite projeto que limita em 50% a área de cada Estado passível de ser transformada em unidade de conservação (parques e reservas) ou terra indígena.

Verdes e vermelhas
A física e filósofa indiana Vandana Shiva, famosa pelas críticas ao sistema econômico mundial, pediu um encontro reservado com Marina Silva (Meio Ambiente). Elas vão se reunir hoje.

Mercado potencial
Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) propôs ao governo russo triplicar o comércio bilateral com o Brasil. Ouviu do negociador europeu, Igor Chuvalov, que a meta é "bastante ousada".

Visita à Folha
O senador Jorge Bornhausen, presidente nacional do PFL, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço.

TIROTEIO

De José Aníbal (PSDB), sobre Antonio Palocci Filho (Fazenda), que é médico, dizer que os juros foram mantidos altos para não interromper o tratamento no meio:
- Os juros não caíram porque o PT não sabe que viés dar ao país. O Brasil é um paciente em recuperação, pronto para deixar o hospital, mas o governo insiste em mantê-lo na UTI.

CONTRAPONTO

Turma nova

Deputados do PT se reuniram com José Dirceu (Casa Civil) no Palácio do Planalto, dias atrás, para discutir a posição do partido em futuras votações. Ao final da reunião, decidiram consultar o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP).
Um dos deputados presentes procurou uma secretária da Casa Civil e pediu que completasse a ligação. Ela, no entanto, ainda não se habituou aos novos personagens do Poder:
- Mercadante? Que Mercadante?- questionou.
- O Aloizio Mercadante- esclareceu o deputado.
- Mas quem é esse?
Depois de tudo explicado, o deputado voltou à reunião e contou o fato aos colegas, ironizando a vaidade de Mercadante:
- Se o senador souber que há uma pessoa no Planalto que não sabe quem é Aloizio Mercadante, ele vai provocar uma crise institucional!


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