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São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 2003

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ELEIÇÃO 2002

Justiça Eleitoral quebra sigilos de Enéas e Havanir

DO "AGORA"

O desembargador Álvaro Lazzarini, corregedor do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, decretou a quebra do sigilo bancário e fiscal do deputado federal Enéas Carneiro e da deputada estadual Havanir Nimtz, do Prona. Os dois não foram localizados ontem para comentar a medida.
A decisão, tomada no último dia 16 e divulgada ontem, foi estendida ao partido, à livraria e à editora de propriedade de Enéas. A quebra foi solicitada pela Procuradoria Regional Eleitoral, que investiga a denúncia de venda de candidaturas nas chapas do Prona por Enéas e Havanir em 2002.
Segundo a acusação, os interessados em lançar suas candidaturas pelo Prona eram obrigados a pagar R$ 5.000 pela compra de cartilhas do partido. O montante arrecadado seria repassado ao Prona, por intermédio da livraria de Enéas. A microfilmagem dos cheques dados pelos candidatos para pagar as cartilhas mostrou que parte do dinheiro pago pelos postulantes foi parar nas contas pessoais de Havanir e de Enéas.
O comerciante Clóvis Kazuo Yoshiura teria pago R$ 5.000 para concorrer a uma vaga de deputado estadual. Deu três cheques: dois de R$ 500 e um de R$ 4.000. Um de R$ 500 foi nominal a Havanir e compensado em uma conta particular dela, no Itaú. Os outros dois foram cheques nominais para Enéas e foram depositados em sua conta, no Bradesco.
Ivan Batista Marinho deu um cheque de R$ 2.000 e três de R$ 1.000. Um de R$ 1.000 foi nominal a Enéas e depositado em sua conta. Segundo o corregedor, a quebra dos sigilos é necessária "para que se constate de modo inequívoco o montante dos valores arrecadados, seus beneficiários e a que título foram recolhidos".
No último sábado, a Mesa Diretora de Assembléia Legislativa decidiu não abrir investigação para apurar denúncia contra Havanir.
(SILVIA AMORIM)


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