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JANIO DE FREITAS
Em sua defesa
O governo paulista adotou
autoritarismo que remonta
ao regime ditatorial, que
retinha e falsificava laudos
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O SIGNIFICADO real da requisição feita por promotores de
São Paulo, para a pronta entrega ao Ministério Público dos laudos de necropsia e demais registros
dos 109 mortos ainda anônimos,
transcende muito a divulgação de
identificações que o governo paulista deve e recusa.
O governo -fachada de Lembo e
construção de Alckmin- adotou
um autoritarismo que remonta aos
tempos em que as arbitrariedades
policiais eram acobertadas pela representação ditatorial das Secretarias de Segurança, e praticavam a
retenção ou falsificação de laudos, a
recusa de acesso familiar a parentes
mortos, enterros com identificação
fraudada ou omitida.
O governo paulista não foi capaz
de apresentar um só argumento legítimo e convincente para a atitude
que, muito além de relegar a norma
das ocorrências policiais de interesse público, é incompatível com o regime democrático se não tem, excepcionalmente, sua necessidade
fundamentada pela Justiça.
Com a busca das identidades, os
registros e os laudos, os promotores
estão defendendo a integridade do
Estado de Direito.
É a maneira de dar proteção preventiva a todo cidadão, de todas as
classes sociais e econômicas, contra
aquelas mesmas e outras manifestações da vocação autoritária.
As soluções
A Câmara de Deputados, vê-se
agora, entrega a gravação de depoimentos confidenciais, como o dos
delegados paulistas na CPI do Tráfico de Armas, a técnicos de som
que não são do quadro de funcionários.
A pretexto do episódio, já aparece a solução técnica: aumentar o
quadro de funcionários. Onde há
gente de sobra para tudo. Menos
comparecer ao plenário e votar
projetos e medidas provisórias.
Ao ser eleito para a sucessão de
Severino Cavalcanti, Aldo Rebelo
ofereceu ao país o compromisso
de moralizar o comparecimento,
com o desconto regimental das
diárias de ausentes. Nem na garganta sobrou algum vestígio do
seu troante e reiterado compromisso.
Eleitorais
Se o senador José Jorge, como
vice, trará algum reforço à raquítica posição de Alckmin no Nordeste, são outros muitos quinhentos.
Mas que a chapa é uma perfeição
de homogeneidade, isso é. Doses
idênticas de carisma, a mesma
energia vibrante, e capacidade
igualzinha de comunicação das
suas idéias inovadoras, como o
eleitorado anseia.
No PMDB, o nome de Pedro Simon emerge da ampla convicção
de que a candidatura própria teria
vencido se Itamar Franco não houvesse se omitido.
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