Líder da categoria depõe e afirma que acidente aéreo chegou perto de ocorrer em Brasília

Líder civil, Jorge Botelho diz que pode ter havido erro de controladores no vôo 1907, mas que a responsabilidade por isso é da Aeronáutica

LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em depoimento à CPI do Apagão Aéreo no qual contestou dados da Aeronáutica e listou problemas de rádio e radar que comprometem a segurança, o líder nacional dos controladores, Wellington Rodrigues, confirmou uma "quase-colisão" entre um Boeing e um Airbus há 12 dias perto de Brasília e disse que a atividade é "incompatível" com o militarismo.
Questionado pelo deputado Vic Pires (DEM-PR) sobre dois aviões que quase se chocaram perto da capital há 12 dias, Wellington disse: "É verdade. A informação que eu tive é que passaram bem perto". Procurada, a FAB (Força Aérea Brasileira) disse que não há registro do incidente descrito na CPI.
O relator da CPI, Marco Maia (PT-RS), pediu ao deputado que apresentasse documentação sobre o incidente. Vic Pires disse que isso deveria ser requerido da própria Aeronáutica, o que será feito hoje.
Primeiro-sargento lotado no Cindacta-1 e presidente da ABCTA (Associação Brasileira dos Controladores de Tráfego Aéreo), Wellington falou a uma sala lotada. Estava acompanhado de seu advogado e teve o cuidado de elogiar "a querida Força Aérea" e dizer que não queria desmerecer a instituição.
Antes de Wellington, o líder da minoria civil da categoria, Jorge Botelho, disse à CPI que os controladores podem ter errado no dia do acidente do vôo 1907, mas que a responsabilidade por isso é da Aeronáutica.
"Pode ter havido erro dos controladores, assim como outro erros. O que não admito é que, ao querer punir os controladores, estão tirando o foco das autoridades que não ofereceram os meios adequados para que os controladores pudessem ter evitado o acidente."
O acidente aconteceu no dia 29 de setembro, quando um jato da ExcelAire e um Boeing da Gol colidiram, deixando 154 mortos. Os pilotos americanos do foram indiciados pela PF.
O depoimento de Wellington foi considerado "ponto alto" da CPI por aliados e oposição.
Segundo ele, não foram feitos os investimentos devidos para acomodar o crescimento da aviação comercial. Wellington também listou diversas deficiências e falhas do sistema de controle aéreo. E defendeu um plano de desmilitarização.


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