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Técnicos já não conseguem ter acesso às reservas para fazer estudos hidrelétricos
DA SUCURSAL DO RIO
Os impasses entre servidores
públicos e comunidades indígenas já causam atrasos em estudos de novas hidrelétricas e
preocupam a Casa Civil, que
coordena as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Os atrasos levaram vários ministérios a se mobilizar
para ajudar a Funai a encontrar
soluções para os conflitos.
O maior problema é enfrentado pelo Ministério de Minas e
Energia, cujos técnicos não
conseguem ter acesso às reservas para fazer estudos sobre
aproveitamento hidrelétrico
na Amazônia. Esses levantamentos fazem parte do PAC.
"Precisamos saber quais são
os recursos [hidrelétricos] potenciais. É uma questão muito
anterior à decisão de construir
usinas. São estudos de viabilidade que precisam ser feitos,
mesmo que o país decida não
usar esses recursos", diz Maurício Tolmasquim, presidente
da Empresa de Pesquisa Energética, órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia.
O fato tem sido discutido, sob
coordenação da Casa Civil, por
representantes dos ministérios
da Justiça, da Defesa e de Minas e Energia. "Estamos analisando todas as possibilidades.
É uma questão delicada", diz
Tolmasquim. Os estudos sobre
o potencial elétrico dos rios
Aripuanã, Juruena (MT) e
Branco (TO) estão parados. O
levantamento começou há dois
anos, mas o acesso dos técnicos
às reservas é fundamental para
a conclusão do trabalho. Isso
depende da autorização da Funai, que, por sua vez, depende
de consentimento dos índios.
A expectativa é de que o incidente em Altamira (PA) acelere
os trabalhos do grupo interministerial que se formou para
discutir o assunto. A usina de
Belo Monte é um dos maiores
projetos do PAC, com investimentos de R$ 7 bilhões e capacidade de gerar 11.181 MW.
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