DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Presidente nacional do PSDB e integrante do conselho político da campanha presidencial de José Serra, o deputado José Aníbal (SP) disse ontem que o PT "está atrás de fantasmas" ao acusar o governo de grampear telefones de integrantes do partido, na investigação do assassinato do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel.
"Eles que expliquem a situação", disse Aníbal, sobre as denúncias de suposto esquema de cobrança de propinas em Santo André. Para Aníbal, quanto mais o PT se vê em situação difícil, "mais grandiloquente torna seu discurso".
"Quanto mais próxima a eleição, mais surrealistas, contraditórios e até falsos vão ficando Lula e o PT", disse o tucano, sobre o discurso que Luiz Inácio Lula da Silva fez ontem na abertura do encontro do PT. "[O discurso" só tem generalidades; quando deixa de ter, chega aonde já chegamos."
Aníbal citou a promessa de respeito aos contratos, a criação de secretaria de Comércio Exterior e a proposta de substituição das importações. "Serra há muito disse que criará o Ministério do Exterior."
O deputado, no entanto, elogiou o fato de Lula, "pela primeira vez", ter falado nas reformas tributária e trabalhista. "Foi um avanço." Também elogiou a disposição de Lula para o diálogo, inclusive com o governo, "embora ele tenha se negado a isso por oito anos".
O Palácio do Planalto não comentou as declarações de Lula nem as acusações de que dirigentes do partido estariam sendo vítimas de escuta telefônica.
"É uma invencionice", limitou-se a dizer o ministro da Justiça, Miguel Reale Júnior. A Folha tentou ouvir a Polícia Federal, mas não obteve retorno.



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