LUIS RENATO STRAUSS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A pesquisa CNT/Sensus divulgada ontem mostra que a popularidade do governo de Luiz Inácio Lula da Silva oscilou negativamente de 34,6% em maio para 29,4% em junho. Esse é o pior desempenho da gestão de Lula em 12 pesquisas feitas pelo instituto desde a posse, há um ano e meio.
A avaliação positiva do governo vem recuando desde agosto de 2003. Naquele mês, a pesquisa apontava que 48,3% dos pesquisados avaliavam positivamente a gestão Lula. Hoje, são 29,4% dos entrevistados. O percentual dos que avaliam negativamente o governo subiu de 10% para 24,1% de agosto do ano passado até hoje.
Foram entrevistadas 2.000 pessoas, e a margem de erro é de até três pontos percentuais.
Não é possível comparar as taxas de aprovação e a reprovação de Lula com as de seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). O Instituto Sensus não fez pesquisa para o tucano em junho de 1996, quando FHC também completava um ano e seis meses de seu primeiro mandato.
A pesquisa do Sensus que poderia ser usada para comparar FHC com Lula é a de maio de 1996 (um ano e cinco meses de mandato). Naquele levantamento, FHC teve 26% de aprovação e também 26% de reprovação ao governo. Como a margem de erro da pesquisa é de até três pontos percentuais, o tucano estava bem próximo das taxas obtidas por Lula -29,4% de aprovação e 24,1% de reprovação.
A pesquisa aponta que a insatisfação da população se concentra principalmente no desemprego. A promessa de criar empregos foi lembrada como o principal tema de campanha de Lula por 70,4% dos entrevistados. "O governo caminha para a impopularidade se não reagir", afirmou Clésio Andrade, presidente da CNT (Confederação Nacional do Transporte), a entidade que patrocina o levantamento. Andrade é vice-governador de Minas Gerais e está filiado ao PL, partido do vice-presidente da República, José Alencar.
No seu levantamento, o Sensus pergunta aos entrevistados o que acham do desempenho pessoal do presidente. Também nesse item o petista obteve sua pior marca desde a posse.
A avaliação do desempenho pessoal de Lula oscilou de 60,2% para 54,1%. A desaprovação foi de 32,4% para 37,6%.
A imagem do governo também foi arranhada, de acordo com o Sensus, pela compra do avião presidencial e pela recente crise no Ministério da Saúde com a deflagração da Operação Vampiro pela Polícia Federal -que resultou na prisão de várias pessoas, acusadas de fraudes em licitações.
Se a eleição presidencial fosse hoje, a reeleição de Lula poderia estar comprometida. O índice de rejeição a Lula para a próxima eleição (2006) é de 47,6%
O ministro José Dirceu (Casa Civil) rebateu a pesquisa: "A avaliação não está caindo. Temos pesquisas que mostram que a avaliação está crescendo".


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