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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Pagando para ver
Embora já tenha sido pego no contrapé mais de uma
vez pelos controladores de vôo, o governo não acredita que eles venham a concretizar a ameaça velada de
parar o sistema durante o Pan, em julho. O Planalto
avalia que as medidas punitivas anunciadas pelo comandante da Aeronáutica aprofundarão o isolamento político da categoria -que ainda pode causar dano,
mas está sem saída. "Eles sabem que dariam com os
burros n'água", diz um ministro. O mesmo pensa Cesar Maia (DEM). "Cada vez que se aproxima uma data
relevante eles jogam para barganhar, mas nessas datas refluem para não perder tudo no confronto", diz o
prefeito da cidade-sede dos Jogos. "Loucos não são.
Como dizia minha avó: não rasgam dinheiro."
Hora errada. Sem espaço
na intermediação da crise entre controladores e oficiais, a
CPI do Apagão Aéreo da Câmara manterá o depoimento
do presidente da TAM, Marco
Antonio Bologna, na terça.
Deputados apostam em clima
tenso devido às queixas relativas ao atendimento de passageiros nos aeroportos.
Oportunidade. A CPI se
apegou aos controladores de
vôo após o endurecimento do
governo com a categoria por
ver ali um caminho para atuar
de alguma forma nas negociações pelo fim da crise aérea.
Só Deus sabe. A licença
do relator do caso Renan Calheiros (PMDB-AL) no Conselho de Ética, Epitácio Cafeteira (PTB-MA), que expira
na quarta-feira, será prorrogada. A justificativa sairá do
resultado de um dos exames
feitos ontem pelo senador.
Marcados. Um dos poucos
fatores que podem ajudar o
presidente do Senado no estágio atual das investigações é a
insistência dos deputados
Fernando Gabeira (PV-RJ) e
Chico Alencar (PSOL-AL) em
pressionar os senadores. Eles
são chamados de "justiceiros"
por membros do conselho.
Voz rouca. O suplente Valter Pereira (PMDB-MS), que
na quarta surpreendeu Renan
ao anunciar que abandonaria
o barco minutos antes da reunião na qual o presidente do
Senado esperava ver enterrado seu processo, pretende disputar cargo eletivo em 2010
-diferentemente dos demais
"sem-voto" do conselho.
Boom. O primeiro semestre
nem acabou, e o Ministério do
Trabalho já registra 46% a
mais de pedidos de abertura
de sindicatos do que em todo
o ano passado. São 842 solicitações, contra 574 em 2006.
Na média, pelo menos metade
da demanda é acolhida.
Roadshow. A CUT mudou
a tática dos protestos contra a
emenda 3 e o projeto que limita aumento de gastos com a
folha dos servidores em 1,5%
mais a inflação. Em julho, em
vez de organizar protestos de
rua, a central enviará cerca de
300 sindicalistas para um giro
por gabinetes do Congresso.
Cálculo. Membros do chamado "bloquinho" (PC do B,
PSB, PDT e siglas nanicas) dizem que, com a nomeação para a Secretaria de Planejamento de Longo Prazo de
Mangabeira Unger, do PRB, o
grupo soma cinco ministérios
-um a mais do que o PMDB.
Só desconsideram, providencialmente, o tamanho das
pastas dos peemedebistas.
Do sul. Flertando com a
presidência do PSDB, Geraldo
Alckmin inicia giro pelo país
na segunda por Porto Alegre.
Plataforma. Em jantar durante a semana com 30 deputados tucanos, o senador Sérgio Guerra (PE) ouviu a queixa recorrente de que o partido
é dominado por caciques. Em
campanha pela presidência,
prometeu ser "independente"
na condução do PSDB.
Imagem. A gestão Gilberto
Kassab (DEM) vai abrir licitação para contratar assessorias
de imprensa para todas as secretarias da Prefeitura de São
Paulo. Pretende turbinar a comunicação nos órgãos, área
tocada, em muitos casos, por
servidores da administração.
Tiroteio
"A governadora Yeda talvez tenha se dado conta
de que o cobertor curto gaúcho não pode valer
apenas para os servidores e para a população".
Da deputada MARIA DO ROSÁRIO (PT-RS) sobre a retirada, da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, do projeto que aumentaria em 86% o salário de Yeda Crusius (PSDB). A governadora tem atrasado parte do pagamento dos servidores alegando falta de dinheiro em caixa.
Contraponto
Só pensa naquilo
Roberto Requião desembarcou quarta-feira em Brasília
para reunião com as bancadas paranaenses da Câmara e
do Senado. O governador queria ajuda para tentar sustar
as multas recebidas desde que parou de cumprir um dos
itens da dívida do Estado repactuada com a União.
-É uma questão política que precisa ser resolvida para
o bem das contas do Paraná-, apelou o peemedebista.
Após breve discussão, o senador pedetista Osmar Dias,
contra quem Requião disputou uma acirrada eleição pelo
comando do Estado no ano passado, pediu a palavra:
-Vamos apoiá-lo, governador. Afinal, não queremos receber um Estado quebrado depois da eleição de 2010!
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