São Paulo, sábado, 23 de junho de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Pagando para ver

Embora já tenha sido pego no contrapé mais de uma vez pelos controladores de vôo, o governo não acredita que eles venham a concretizar a ameaça velada de parar o sistema durante o Pan, em julho. O Planalto avalia que as medidas punitivas anunciadas pelo comandante da Aeronáutica aprofundarão o isolamento político da categoria -que ainda pode causar dano, mas está sem saída. "Eles sabem que dariam com os burros n'água", diz um ministro. O mesmo pensa Cesar Maia (DEM). "Cada vez que se aproxima uma data relevante eles jogam para barganhar, mas nessas datas refluem para não perder tudo no confronto", diz o prefeito da cidade-sede dos Jogos. "Loucos não são. Como dizia minha avó: não rasgam dinheiro."

Hora errada. Sem espaço na intermediação da crise entre controladores e oficiais, a CPI do Apagão Aéreo da Câmara manterá o depoimento do presidente da TAM, Marco Antonio Bologna, na terça. Deputados apostam em clima tenso devido às queixas relativas ao atendimento de passageiros nos aeroportos.

Oportunidade. A CPI se apegou aos controladores de vôo após o endurecimento do governo com a categoria por ver ali um caminho para atuar de alguma forma nas negociações pelo fim da crise aérea.

Só Deus sabe. A licença do relator do caso Renan Calheiros (PMDB-AL) no Conselho de Ética, Epitácio Cafeteira (PTB-MA), que expira na quarta-feira, será prorrogada. A justificativa sairá do resultado de um dos exames feitos ontem pelo senador.

Marcados. Um dos poucos fatores que podem ajudar o presidente do Senado no estágio atual das investigações é a insistência dos deputados Fernando Gabeira (PV-RJ) e Chico Alencar (PSOL-AL) em pressionar os senadores. Eles são chamados de "justiceiros" por membros do conselho.

Voz rouca. O suplente Valter Pereira (PMDB-MS), que na quarta surpreendeu Renan ao anunciar que abandonaria o barco minutos antes da reunião na qual o presidente do Senado esperava ver enterrado seu processo, pretende disputar cargo eletivo em 2010 -diferentemente dos demais "sem-voto" do conselho.

Boom. O primeiro semestre nem acabou, e o Ministério do Trabalho já registra 46% a mais de pedidos de abertura de sindicatos do que em todo o ano passado. São 842 solicitações, contra 574 em 2006. Na média, pelo menos metade da demanda é acolhida.

Roadshow. A CUT mudou a tática dos protestos contra a emenda 3 e o projeto que limita aumento de gastos com a folha dos servidores em 1,5% mais a inflação. Em julho, em vez de organizar protestos de rua, a central enviará cerca de 300 sindicalistas para um giro por gabinetes do Congresso.

Cálculo. Membros do chamado "bloquinho" (PC do B, PSB, PDT e siglas nanicas) dizem que, com a nomeação para a Secretaria de Planejamento de Longo Prazo de Mangabeira Unger, do PRB, o grupo soma cinco ministérios -um a mais do que o PMDB. Só desconsideram, providencialmente, o tamanho das pastas dos peemedebistas.

Do sul. Flertando com a presidência do PSDB, Geraldo Alckmin inicia giro pelo país na segunda por Porto Alegre.

Plataforma. Em jantar durante a semana com 30 deputados tucanos, o senador Sérgio Guerra (PE) ouviu a queixa recorrente de que o partido é dominado por caciques. Em campanha pela presidência, prometeu ser "independente" na condução do PSDB.

Imagem. A gestão Gilberto Kassab (DEM) vai abrir licitação para contratar assessorias de imprensa para todas as secretarias da Prefeitura de São Paulo. Pretende turbinar a comunicação nos órgãos, área tocada, em muitos casos, por servidores da administração.

Tiroteio

"A governadora Yeda talvez tenha se dado conta de que o cobertor curto gaúcho não pode valer apenas para os servidores e para a população".
Da deputada MARIA DO ROSÁRIO (PT-RS) sobre a retirada, da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, do projeto que aumentaria em 86% o salário de Yeda Crusius (PSDB). A governadora tem atrasado parte do pagamento dos servidores alegando falta de dinheiro em caixa.

Contraponto

Só pensa naquilo

Roberto Requião desembarcou quarta-feira em Brasília para reunião com as bancadas paranaenses da Câmara e do Senado. O governador queria ajuda para tentar sustar as multas recebidas desde que parou de cumprir um dos itens da dívida do Estado repactuada com a União.
-É uma questão política que precisa ser resolvida para o bem das contas do Paraná-, apelou o peemedebista.
Após breve discussão, o senador pedetista Osmar Dias, contra quem Requião disputou uma acirrada eleição pelo comando do Estado no ano passado, pediu a palavra:
-Vamos apoiá-lo, governador. Afinal, não queremos receber um Estado quebrado depois da eleição de 2010!


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