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Lula renova mandato de procurador da República
Antonio Fernando será sabatinado pelo Senado
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconduziu o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, para
mais dois anos no comando do
Ministério Público da União.
Ele foi o mais votado na eleição informal promovida pela
Associação Nacional dos Procuradores da República, que representa os membros do Ministério Público Federal. Lula
seguiu a lista tríplice da entidade em 2003, quando indicou
Claudio Fonteles, e em 2005.
Há cerca de um mês, Lula já
havia decidido mantê-lo no
cargo, mas as pressões contra a
recondução por parte dos procuradores do Trabalho geraram impasse e demora na formalização do ato de escolha.
A mensagem com a indicação
ao Senado foi assinada anteontem à noite. A escolha ocorreu
uma semana antes do término
do primeiro mandato, na próxima sexta. Antes disso, ele será
submetido a sabatina e terá de
ser aprovado no Senado.
Discreto, Antonio Fernando
tem evitado nos últimos dias
responder a perguntas polêmicas, como a possibilidade de requisitar ao STF a abertura de
inquérito criminal para investigar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Ontem, também não quis comentar a própria recondução.
Antonio Fernando marcou o
seu primeiro mandato por iniciativas de investigações criminais, como as denúncias ao STF
(Supremo Tribunal Federal)
relacionadas ao mensalão, em
março de 2006, e à Operação
Hurricane, em abril último.
No ano passado, também pediu ao STF que abrisse inquéritos contra 84 parlamentares
suspeitos de atuarem em fraudes na compra de ambulâncias.
Só ele pode propor investigações criminais contra o presidente da República, ministros
de Estado, deputados federais e
senadores, devido ao foro privilegiado dessas autoridades.
Ao empossar Antonio Fernando em 2005, Lula disse que
não iria interferir em seu trabalho. Nove meses depois, o procurador-geral denunciou 40
pessoas (entre elas os petistas
José Dirceu e José Genoino) de
agir em "organização criminosa" no caso do mensalão.
Em abril deste ano, ele decidiu pelo arquivamento de investigação contra o senador
Aloizio Mercadante (PT-SP) no
caso do dossiê contra tucanos.
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