São Paulo, sábado, 23 de junho de 2007

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Lula renova mandato de procurador da República

Antonio Fernando será sabatinado pelo Senado

SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconduziu o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, para mais dois anos no comando do Ministério Público da União.
Ele foi o mais votado na eleição informal promovida pela Associação Nacional dos Procuradores da República, que representa os membros do Ministério Público Federal. Lula seguiu a lista tríplice da entidade em 2003, quando indicou Claudio Fonteles, e em 2005.
Há cerca de um mês, Lula já havia decidido mantê-lo no cargo, mas as pressões contra a recondução por parte dos procuradores do Trabalho geraram impasse e demora na formalização do ato de escolha.
A mensagem com a indicação ao Senado foi assinada anteontem à noite. A escolha ocorreu uma semana antes do término do primeiro mandato, na próxima sexta. Antes disso, ele será submetido a sabatina e terá de ser aprovado no Senado.
Discreto, Antonio Fernando tem evitado nos últimos dias responder a perguntas polêmicas, como a possibilidade de requisitar ao STF a abertura de inquérito criminal para investigar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ontem, também não quis comentar a própria recondução.
Antonio Fernando marcou o seu primeiro mandato por iniciativas de investigações criminais, como as denúncias ao STF (Supremo Tribunal Federal) relacionadas ao mensalão, em março de 2006, e à Operação Hurricane, em abril último.
No ano passado, também pediu ao STF que abrisse inquéritos contra 84 parlamentares suspeitos de atuarem em fraudes na compra de ambulâncias.
Só ele pode propor investigações criminais contra o presidente da República, ministros de Estado, deputados federais e senadores, devido ao foro privilegiado dessas autoridades.
Ao empossar Antonio Fernando em 2005, Lula disse que não iria interferir em seu trabalho. Nove meses depois, o procurador-geral denunciou 40 pessoas (entre elas os petistas José Dirceu e José Genoino) de agir em "organização criminosa" no caso do mensalão.
Em abril deste ano, ele decidiu pelo arquivamento de investigação contra o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) no caso do dossiê contra tucanos.


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