São Paulo, terça-feira, 23 de junho de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Saída de mulher de Cristovam da Casa é de zero de março

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um dos críticos de irregularidades administrativas no Senado, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) teve sua mulher envolvida em uma confusão de atos de exoneração e nomeação assinados no ano de 2007 pelo então diretor-geral do Senado Agaciel Maia.
Cristovam passou a tarde de sexta-feira atrás do documento de exoneração de Gladys Pessoa de Vasconcelos Buarque. Ele chegou a suspeitar que o ato de exoneração fosse secreto.
Ontem, Cristovam voltou ao assunto no plenário do Senado. "Não me sinto absolutamente com rabo preso. E, se houver [irregularidade], que seja dito e que eu seja punido igualzinho a qualquer outro que o tenha também", afirmou.
De acordo com o senador, sua mulher é funcionária da Câmara dos Deputados desde 1983 e foi cedida, sem ônus, ao Senado em 2003 para trabalhar no gabinete do ex-senador João Capiberibe (AP).
No começo de 2004, Gladys passou para o gabinete do então senador Sibá Machado (PT-AC). Já em julho de 2006, ela mudou para a Liderança do PDT, partido do senador.
Em 9 de janeiro de 2007, Gladys foi nomeada por Agaciel para o cargo de assessora na Liderança, o que a levaria a receber aproximadamente R$ 1.500 por mês de gratificação.
Cristovam afirmou que sua mulher nem chegou a tomar posse porque não aceitava receber dinheiro do Senado. "Ela nunca recebeu um centavo", disse ele.
Na última sexta-feira, o senador recorreu à Diretoria de Recursos Humanos do Senado para encontrar o ato de exoneração. O documento publicado na intranet do Senado aponta, por erro de digitação, que Gladys foi exonerada em "zero de março de 2007".
O outro ponto de confusão do episódio é que, embora Gladys já tivesse sido exonerada, a Liderança do PDT encaminhou um ofício no dia 6 de março de 2007 a Agaciel Maia, pedindo justamente a nomeação da mulher de Cristovam para o cargo.
Um semana depois, a Liderança do PDT enviou um outro ofício solicitando que Agaciel desconsiderasse o pedido de nomeação.
Um dia antes, o jornal "Correio Braziliense" publicou uma reportagem sobre nepotismo citando o caso de Gladys.


Texto Anterior: Investigação: Relatório de comissão sobre atos deve sair hoje
Próximo Texto: Fundação José Sarney usa funcionários
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.