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Sarney gasta verba para organizar seu acervo de livros
Peemedebista contratou uma empresa por R$ 8.600
ALAN GRIPP
LUCAS FERRAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do Senado, José
Sarney (PMDB-AP), utilizou a
verba indenizatória destinada
ao apoio da atividade parlamentar para contratar uma
empresa para organizar seu
acervo pessoal de livros e documentos. Arquivo fica em sua residência particular, na Península dos Ministros, em Brasília.
Em abril e maio, Sarney pagou R$ 8.600 à Memória Viva
Pesquisa e Manutenção de
Acervos Históricos. Foram os
seus únicos gastos com a verba
indenizatória no período.
Por meio de sua assessoria,
ele justificou os gastos dizendo
que o acervo é um importante
instrumento de trabalho e serve à atividade parlamentar. O
presidente do Senado disse ainda que as obras lá contidas poderão ser doadas a um órgão
público num futuro próximo.
Os pagamentos fazem parte
da primeira leva de gastos com
a verba indenizatória publicada
desde ontem no site do Senado.
Os gastos a partir de abril começaram a ser publicados com
os nomes dos beneficiários e os
respectivos registros de pessoas física e jurídica.
Já as despesas anteriores
continuam sem detalhamento
-a Casa informa apenas os valores e o tipo da despesa, sem o
nome de quem foi pago.
Os novos dados mostram que
alguns pagamentos beneficiaram pessoas ligadas aos senadores. Pelo aluguel de seu escritório político em Salvador, César Borges (PR-BA) paga R$
4.000 por mês a Francisco Hélio de Souza, o Jajá, prefeito de
Terra Nova (BA) e seu aliado
político no Estado.
O senador disse que a escolha
do imóvel se deve à sua localização central e à boa estrutura,
e não ao fato de pertencer a um
político aliado.
O líder do PMDB no Senado,
Renan Calheiros (AL), pagou
R$ 2.589,98 a Fábio Farias, seu
amigo e aliado em Alagoas. O
gasto, segundo Farias, é referente ao aluguel de uma sala em
Maceió, onde funciona o escritório político de Renan.
"O valor é de dois mil e alguma coisa", disse Farias, que foi
secretário de Educação de Alagoas no governo do tucano Teotônio Vilela, entre o início de
2007 e 2008. Procurado pela
Folha, Renan não respondeu.
Os senadores também fizeram gastos em restaurantes sofisticados. Romeu Tuma (PTB-SP) gastou R$ 923 no Zuu, um
dos mais caros da capital.
A assessoria de Tuma disse
que a despesa se refere a um
jantar de trabalho com um grupo de "cinco ou seis pessoas"
vindo de São Paulo, mas não informou quem eram eles.
A portaria que disciplina o
uso da verba indenizatória diz
que os gastos devem estar relacionados com a atividade parlamentar e limitados a R$ 15 mil
mensais. Mas não é claro em relação às despesas vedadas. A
Folha pediu explicações ao Senado, mas não obteve resposta.
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