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Ex-segurança de Lula atua na Petrobras por movimentos sociais
Envolvido no caso do dossiê contra tucanos, da eleição de 2006, José Carlos Espinoza trabalha no setor de comunicação, em SP
Petista comandou gabinete paulista da Presidência e foi um dos mais próximos auxiliares do presidente; petrolífera é alvo de CPI
FERNANDO BARROS DE MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Ex-chefe do Gabinete Regional da Presidência da República em São Paulo e um dos mais
próximos seguranças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
em campanhas políticas, José
Carlos Espinoza trabalha, desde abril de 2007, na sede da Petrobras em São Paulo.
A Petrobras é alvo de uma
CPI (Comissão Parlamentar de
Inquérito), que ainda aguarda
sua instalação no Senado.
Espinoza fica no setor de Comunicação Institucional da sede paulista da empresa, mas
afirma que sua função é fazer a
interlocução com os movimentos sociais. Ele é terceirizado,
contratado pela empresa Protemp, sediada em Santo André.
O diretor de Comunicação da
Petrobras é Wilson Santarosa,
que tem ligações históricas
com PT e movimento sindical.
Espinoza é um dos 1.150 profissionais da comunicação da Petrobras, segundo quem ele foi
contratado pela "vencedora da
licitação para serviços de apoio
profissional suplementares às
atividades de comunicação".
Durante a campanha eleitoral de 2006, Espinoza se afastou do gabinete da Presidência
para exercer, no comitê de Lula
em São Paulo, a função de encarregado da agenda do então
candidato à reeleição.
No meio da campanha, foi citado no escândalo da compra
do dossiê contra tucanos. Segundo a revista "Veja", ele se
reuniu na sede da superintendência da Polícia Federal com
Freud Godoy, ex-assessor especial da Presidência, e Gedimar Passos, assessor da campanha, implicados na compra do
dossiê. Na época, a PF e os envolvidos negaram o encontro.
Ainda em 2006, após a prisão
dos envolvidos na compra do
dossiê, a Folha revelou que o
apartamento de Espinoza serviu de local para um encontro
entre Freud Godoy e Paulo
Ferreira, tesoureiro do PT.
Espinoza deixou o cargo no
gabinete presidencial depois
do caso do dossiê. Ele afirma
que pediu a saída por razões
pessoais. "Disse que não queria
ficar mais no escritório da Presidência, por motivos pessoais", disse ontem à Folha.
Questionado sobre como
surgiu a oportunidade de trabalhar para a Petrobras, afirmou: "Por conta exatamente
do meio de campo que foi pedido para eu fazer entre os movimentos sociais e a Petrobras.
Conheço o José Rainha [dirigente do MST], o presidente da
Contag [Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura], o pessoal da Fetraf
[Federação dos Trabalhadores
na Agricultura Familiar]".
Ele disse que tinha vontade
de trabalhar na área do biodiesel e conversou com algumas
pessoas do governo, entre elas
Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula. Informou que
hoje acompanha um projeto no
Pontal do Paranapanema e um
em Mato Grosso.
Por conta da CPI, entidades
como a CUT (Central Única
dos Trabalhadores) fizeram
atos de apoio à Petrobras em
vários Estados e acusaram a
oposição de querer privatizar a
empresa. Espinoza esteve em
um desses atos, em São Paulo.
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