São Paulo, segunda-feira, 23 de julho de 2001

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Para senador, imprensa faz ofensiva "leviana"

LUÍS INDRIUNAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALINÓPOLIS

O senador Jader Barbalho, presidente licenciado do Senado, publicou ontem artigo pago nos jornais do Pará com o título "A Verdade ao Povo do Pará". No artigo, Jader ataca a imprensa, que estaria fazendo "uma brutal, leviana e violenta campanha" contra ele.
O senador não deu detalhes sobre sua licença. Apenas escreveu que aguardará, "com serenidade, serem oferecidas e assumidas as denúncias perante o Ministério Público ou Supremo Tribunal Federal".
Ele termina o artigo, de cerca de 40 linhas, dizendo que seu "crime foi ter sido eleito presidente do Senado".
Jader repetiu os mesmos argumentos que vem usando desde que começaram a surgir as acusações contra ele, seja no caso Banpará, nas emissões ilegais de TDAs (Títulos da Dívida Agrária) e nas irregularidades na extinta Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia).
O senador evitou os jornalistas no final de semana. Depois do anúncio da licença, na sexta, Jader disse que iria passar alguns dias em Salinópolis, balneário a 300 km de Belém.
Possuem casa na cidade a família da atual mulher de Jader, Márcia Cristina Zahluth Centeno, a deputada federal Elcione Barbalho (PMDB), ex-mulher dele, e o seu pai e suplente, Laércio Barbalho.
O senador, no entanto, não foi encontrado. Apesar de boa parte da família de Jader estar no município neste final de semana, o senador permaneceu recluso em lugar ignorado.
Na sexta, Márcia Centeno provocou um tumulto com uma equipe de televisão. Os seguranças dela chegaram a apontar uma arma para um cinegrafista que tentava obter informações sobre Jader -que ainda estava em Brasília.
A polícia foi acionada por Márcia, que chegou a chamar os repórteres de "ladrões". Desde então, a mulher de Jader não foi vista em Salinópolis.

Abaixo-assinado
O Sindicato dos Bancários do Pará começou ontem a colher assinaturas para um abaixo-assinado pedindo que os senadores cassem o mandato de Jader.
Cerca de 800 assinaturas foram colhidas até ontem, em Belém. A meta é chegar a 10 mil até o início de agosto.

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