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Ciro acusa Folha de ser pró-Serra
DA SUCURSAL DO RIO
O candidato da Frente Trabalhista (PTB-PPS-PDT) à Presidência, Ciro Gomes, acusou ontem a Folha de estar "a serviço"
do tucano José Serra.
"Vocês estão a serviço do candidato do governo, que está desesperado", disse ele, em resposta a
pergunta sobre a relação de seu
coordenador de campanha, deputado José Carlos Martinez
(PTB), com a família de Paulo César Farias, tesoureiro do ex-presidente Fernando Collor de Mello.
No domingo, a Folha publicou
reportagem em que Martinez assume ainda estar pagando parcelas de um empréstimo de U$ 1,6
milhão contraído de PC. O deputado Augusto Farias (PPB-AL), irmão de PC, confirma a negociação. "Não há relação de dívida
com morto. Isso é forçar a barra,
vamos devagar com o andor",
afirmou Ciro. Ao ser lembrado de
que o pagamento está sendo feito
a herdeiros de PC, Ciro disse: "Se
uma pessoa privada tem uma dívida com outra pessoa privada, o
que eu tenho com isso, amigo?".
O candidato teve ontem de manhã, no Rio, uma reunião com
coordenadores de campanha, no
apartamento do ex-governador
Leonel Brizola, em Copacabana.
Após a reunião, questionado sobre a presença de ex-colloridos
em sua equipe, o candidato disse
que o ministro da Fazenda, Pedro
Malan, o presidente do Banco
Central, Armínio Fraga, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), ex-ministro da Justiça, e o
advogado Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal,
também trabalharam para Collor.
"Existem dezenas de brasileiros
[que trabalharam para Collor" e
nenhum deles a gente deprecia
pelo mero fato de ter tido uma relação com o governo no passado.
Então, isso é uma forçação de barra que vocês, da Folha de S. Paulo, procuram fazer porque não
encontraram nada", disse.
Ele completou: "Apesar de vasculhar, não acharam nada de objetivo. Por que não dizem de nenhum escândalo comigo? Cadê os
dossiês? Cadê uma imoralidade
que eu tenha cometido, uma CPI
[Comissão Parlamentar de Inquérito" que eu tenha respondido, cadê um inquérito?".
Ciro afirmou que não usará os
cargos públicos para conseguir a
coalizão que busca para governar.
"Não tenho compromisso com
cargos com ninguém. O público,
para mim, não é lugar de acomodação política, é ferramenta para
pôr em prática as propostas."
Ele afirmou que ligaria ainda
ontem para Armínio Fraga para
marcar um encontro, provavelmente, na quinta-feira. Disse ainda ter proposta "semelhante" à do
PT, que pretende conceder um
aumento de 20% ao salário mínimo em 2003. Segundo Ciro, sua
idéia é aumentar o valor do mínimo para 100 dólares - cerca de
R$ 280.
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