São Paulo, terça-feira, 23 de julho de 2002

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Ciro acusa Folha de ser pró-Serra

DA SUCURSAL DO RIO

O candidato da Frente Trabalhista (PTB-PPS-PDT) à Presidência, Ciro Gomes, acusou ontem a Folha de estar "a serviço" do tucano José Serra.
"Vocês estão a serviço do candidato do governo, que está desesperado", disse ele, em resposta a pergunta sobre a relação de seu coordenador de campanha, deputado José Carlos Martinez (PTB), com a família de Paulo César Farias, tesoureiro do ex-presidente Fernando Collor de Mello.
No domingo, a Folha publicou reportagem em que Martinez assume ainda estar pagando parcelas de um empréstimo de U$ 1,6 milhão contraído de PC. O deputado Augusto Farias (PPB-AL), irmão de PC, confirma a negociação. "Não há relação de dívida com morto. Isso é forçar a barra, vamos devagar com o andor", afirmou Ciro. Ao ser lembrado de que o pagamento está sendo feito a herdeiros de PC, Ciro disse: "Se uma pessoa privada tem uma dívida com outra pessoa privada, o que eu tenho com isso, amigo?".
O candidato teve ontem de manhã, no Rio, uma reunião com coordenadores de campanha, no apartamento do ex-governador Leonel Brizola, em Copacabana.
Após a reunião, questionado sobre a presença de ex-colloridos em sua equipe, o candidato disse que o ministro da Fazenda, Pedro Malan, o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), ex-ministro da Justiça, e o advogado Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal, também trabalharam para Collor.
"Existem dezenas de brasileiros [que trabalharam para Collor" e nenhum deles a gente deprecia pelo mero fato de ter tido uma relação com o governo no passado. Então, isso é uma forçação de barra que vocês, da Folha de S. Paulo, procuram fazer porque não encontraram nada", disse.
Ele completou: "Apesar de vasculhar, não acharam nada de objetivo. Por que não dizem de nenhum escândalo comigo? Cadê os dossiês? Cadê uma imoralidade que eu tenha cometido, uma CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito" que eu tenha respondido, cadê um inquérito?".
Ciro afirmou que não usará os cargos públicos para conseguir a coalizão que busca para governar.
"Não tenho compromisso com cargos com ninguém. O público, para mim, não é lugar de acomodação política, é ferramenta para pôr em prática as propostas."
Ele afirmou que ligaria ainda ontem para Armínio Fraga para marcar um encontro, provavelmente, na quinta-feira. Disse ainda ter proposta "semelhante" à do PT, que pretende conceder um aumento de 20% ao salário mínimo em 2003. Segundo Ciro, sua idéia é aumentar o valor do mínimo para 100 dólares - cerca de R$ 280.



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