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CAMPANHA
Publicitários vão ser substituídos pela agência Blue Light
Garotinho perde quatro assessores de campanha
MARCELO BERABA
DIRETOR DA SUCURSAL DO RIO
MURILO FIUZA DE MELO
SUCURSAL DO RIO
O candidato à Presidência Anthony Garotinho (PSB) está perdendo parte da sua equipe de
campanha a menos de um mês do
início do horário eleitoral. O jornalista Paulo Fona, assessor de
imprensa, se demitiu na última
quarta-feira e até o final desta semana os publicitários Elysio Pires, Marcelo Brandão e Nei
Azambuja, responsáveis pelo programas e inserções em TV e rádios, também sairão.
A Folha apurou que os publicitários serão substituídos pela
agência Blue Light, que vinha
atuando como produtora dos
programas de TV do candidato.
Uma das razões da troca é financeira. Pires não quis comentar a
saída. Fona confirmou que deixou a campanha: "Já dei a minha
contribuição". Segundo o coordenador de comunicação de Garotinho, Carlos Rayel, trata-se de uma
"readaptação da campanha no
que diz respeito aos gastos".
Fona foi contratado em setembro de 2001 para cuidar da assessoria de imprensa da pré-campanha presidencial, enquanto Carlos Henrique Vasconcelos continuava responsável pela comunicação do governo do Estado.
Ao longo deste período, Fona e
Vasconcelos se desentenderam.
Rayel, ex-secretário de Comunicação de Orestes Quércia no governo paulista (87-91), entrou na
campanha em 14 de junho, chamado por Garotinho para coordenar toda a parte de comunicação com a imprensa. Desgastado,
Fona foi aos poucos perdendo
funções, até pedir demissão.
Os três publicitários estão com
Garotinho desde novembro do
ano passado. Eles foram responsáveis pelo programa partidário
gratuito de dezembro e de maio e
pelas inserções comerciais desde
dezembro e ao longo de todo o
primeiro semestre, inclusive as
inserções regionais em 17 Estados. Foram eles ainda que fizeram
os cinco miniprogramas de partidos aliados de Garotinho.
Embora seja real a dificuldade
de Garotinho de coletar recursos,
o que vem acarretando cortes de
despesas, como antecipou a Folha no último dia 17, a saída dos
profissionais também está relacionada com os desgastes da campanha, principalmente os causados pela queda nas pesquisas.
Garotinho está em quarto lugar
com 13% das intenções de voto,
segundo o Datafolha. Ele chegou
a alcançar 18% e a permanecer algumas semanas em segundo lugar em fevereiro, depois dos programas eleitorais de dezembro e
das inserções de janeiro. Manteve
este índice até março. Entre abril e
junho, oscilou entre 16% e 15%.
Caiu no início de julho para 13%.
Ao longo deste período, Garotinho cometeu muitos erros, quase
todos provocados por iniciativas
dele próprio, que age frequentemente sem ouvir os assessores.
Um dos erros mais graves de
Garotinho foi o confronto com a
Rede Globo, há duas semanas,
por conta da negociação entre a
emissora e o candidato para a divulgação de fitas proibidas que o
mostram conversando com ex-assessores sobre um suposto pagamento de suborno a um fiscal
da Receita Federal, em 1995.
Houve problemas menores, como as várias recusas aos convites
para vice-presidente da chapa e a
desorganização do PSB em Pernambuco, onde Garotinho fez um
comício para apenas cem pessoas.
No dia 16, o presidente da Fiesp,
Horacio Lafer Piva, recusou um
convite para ser ministro em um
eventual governo do PSB. A recusa ocasionou novo desgaste. A falta de recursos, os erros de campanha e a queda nas pesquisas vêm
alimentando as especulações de
que Garotinho pode renunciar.
Ele garante que não renuncia.
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