São Paulo, terça-feira, 23 de julho de 2002

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SANTO ANDRÉ

Testemunhos diferem

Vereadores encontram contradição em relatos

DA AGÊNCIA FOLHA

A CPI criada em Santo André para investigar um suposto esquema de propina de empresários pretende anunciar hoje à tarde o nome de uma testemunha que teria mentido durante depoimento à comissão.
Os cinco vereadores da CPI, da base de sustentação da prefeitura petista da cidade, irão à EPT (Empresa Pública de Transporte) e à Aesa (Associação das Empresas do Sistema de Transporte Coletivo de Santo André) para checar contradições entre os depoimentos de Rosangela Gabrilli e Luiz Marcondes de Freitas Jr.
À CPI, Rosangela, testemunha de acusação do Ministério Público e sócia da Expresso Guarará, disse que falsificava a numeração das catracas de seus ônibus para pagar R$ 40 mil de propina por mês. Já Freitas Jr., gerente da Aesa e um dos acusados pela Promotoria, afirmou ser "impossível adulterar esse sistema eletrônico".
"Vamos até a EPT para ver se é possível essa falsificação. Um dos dois [Rosangela ou Freitas Jr." terá de responder por falso testemunho à CPI. Eles podem ser enquadrados no artigo 342 do Código Penal, com pena de até dois anos de reclusão", disse o presidente da CPI, Antônio Leite (PT).
Os empresários Sérgio Gomes da Silva e Ronan Maria Pinto, e o vereador petista Klinger Luiz de Oliveira, que está afastado da Secretaria de Serviços Municipais de Santo André, são acusados pelo Ministério Público de chefiar uma suposta máfia de extorsão a empresários para financiar campanhas do PT. Todos negam.
Na semana passada, a CPI pediu a quebra dos sigilos fiscais de Sérgio Gomes, Ronan e Klinger. Foi solicitado ainda à Jucesp (Junta Comercial do Estado de São Paulo) um relato de empresas que algum dos 19 depoentes da CPI tenha participação acionária.
Apesar de auditoria externa que apontou irregularidades contábeis na Expresso Guarará, a Prefeitura de Santo André decidiu que não irá intervir imediatamente na empresa. (EDUARDO SCOLESE)



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