do enviado especial a Lima

O segundo dia da visita oficial do presidente Fernando Henrique Cardoso ao Peru foi marcado pela troca de elogios.
FHC conversou com o presidente do Peru, Alberto Fujimori, e com o prefeito de Lima, Alberto Andrade, dois dos mais fortes candidatos à eleição presidencial peruana, em abril.
Fujimori, que deverá tentar a sua segunda reeleição, chamouFHC de "amigo fraterno" e "grande estadista". Andrade, por sua vez, tratou de elogiar as qualidades democratas de FHC, que, segundo ele, consegue administrar um país multicultural sem ser autoritário. Nos dois casos, FHC retribuiu com elogios.
Para não entrar em confronto com Fujimori, que descredenciou o Peru na Corte Interamericana de Direitos Humanos, FHC não quis tratar da política interna de proteção à cidadania. "Essa é uma questão de soberania peruana", afirmou.
Entidades de direitos humanos temem que seja adotado rito sumário de condenação à prisão perpétua ou mesmo à morte (não prevista em lei) dos líderes do movimento maoísta Sendero Luminoso presos recentemente.
Por causa disso, o prefeito de Lima atacou Fujimori no encontro com FHC. "Debaixo de uma nova linguagem se escondem velhas ditaduras, que esvaziam as instituições democráticas, que passam a existir apenas formalmente", disse Andrade.
FHC disse aos peruanos que espera que, com a presença da comitiva de 53 empresários brasileiros que o acompanha, o comércio bilateral aumente em 10% a 12%. (WILLIAM FRANÇA)

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