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São Paulo, sábado, 23 de agosto de 2003

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SP

PT quer investigação de tucanos pelo Ministério Público

Alckmin determina apuração de funcionário-fantasma na Cultura

FREDERICO VASCONCELOS
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou ontem, ao comentar a exoneração da chefe de gabinete da Secretaria da Cultura, Maria Luiza Granado, ter determinado uma averiguação na Fundação Padre Anchieta para saber se existem outros casos de funcionários recebendo sem dar expediente na TV Cultura.
Conforme a Folha revelou ontem, a chefe de gabinete era contratada pela fundação, na diretoria de programação da TV, mas trabalhava exclusivamente na pasta, onde era obrigada a cumprir jornada integral de trabalho.
"Não há irregularidade. Mandei verificar na Fundação Padre Anchieta, embora ela tenha total autonomia, se não tem nenhum outro caso semelhante. Ela já foi exonerada. Nós não temos compromisso com o erro", disse Alckmin, durante visita à Sociedade Pestalozzi, na capital.

Investigação
Na Assembléia Legislativa, a bancada do PT se articula em duas comissões, a de Fiscalização e Controle e a de Cultura, para tentar aprovar requerimento convocando representantes da fundação para prestar depoimento.
"Temos questões básicas como quem contratou e quem demitiu a Granado", disse o deputado Ítalo Cardoso (PT), presidente da Comissão de Fiscalização e Controle.
Os deputados do PT também devem entrar com representação no Ministério Público, na próxima segunda-feira, pedindo uma investigação sobre o caso.
A secretária da Cultura Claudia Costin exonerou, "a pedido", a chefe de gabinete na última quarta-feira, no mesmo dia em que foi procurada pela Folha para comentar a situação funcional de Granado e o monitoramento pelo Ministério Público de demissões e contratações na pasta.
A resolução foi publicada no "Diário Oficial do Estado" de anteontem. A decisão entra em vigor nesta segunda-feira, quando deverá ser anunciado o sucessor.
Os rumores sobre a saída da chefe de gabinete de Costin circularam internamente na semana passada. Seu afastamento foi comunicado à equipe da secretaria, em reunião interna, na última terça-feira. Sua vinculação à TV Cultura teria sido apenas um dos motivos de seu afastamento.
Granado não foi uma escolha pessoal de Costin. Sua nomeação foi feita por meio de ato do governador. Sua presença na secretaria é atribuída à influência do secretário da Segurança Pública, Saulo Abreu de Castro Filho. O episódio do afastamento de Granado, ex-presidente da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor), refletiria disputas políticas internas entre grupos do PSDB no Estado.
Procurada pela Folha, ontem, a chefe de gabinete exonerada não se manifestou.


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