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SP
PT quer investigação de tucanos pelo Ministério Público
Alckmin determina apuração de funcionário-fantasma na Cultura
FREDERICO VASCONCELOS
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou
ontem, ao comentar a exoneração
da chefe de gabinete da Secretaria
da Cultura, Maria Luiza Granado,
ter determinado uma averiguação
na Fundação Padre Anchieta para
saber se existem outros casos de
funcionários recebendo sem dar
expediente na TV Cultura.
Conforme a Folha revelou ontem, a chefe de gabinete era contratada pela fundação, na diretoria de programação da TV, mas
trabalhava exclusivamente na
pasta, onde era obrigada a cumprir jornada integral de trabalho.
"Não há irregularidade. Mandei
verificar na Fundação Padre Anchieta, embora ela tenha total autonomia, se não tem nenhum outro caso semelhante. Ela já foi exonerada. Nós não temos compromisso com o erro", disse Alckmin, durante visita à Sociedade
Pestalozzi, na capital.
Investigação
Na Assembléia Legislativa, a
bancada do PT se articula em
duas comissões, a de Fiscalização
e Controle e a de Cultura, para
tentar aprovar requerimento convocando representantes da fundação para prestar depoimento.
"Temos questões básicas como
quem contratou e quem demitiu a
Granado", disse o deputado Ítalo
Cardoso (PT), presidente da Comissão de Fiscalização e Controle.
Os deputados do PT também
devem entrar com representação
no Ministério Público, na próxima segunda-feira, pedindo uma
investigação sobre o caso.
A secretária da Cultura Claudia
Costin exonerou, "a pedido", a
chefe de gabinete na última quarta-feira, no mesmo dia em que foi
procurada pela Folha para comentar a situação funcional de
Granado e o monitoramento pelo
Ministério Público de demissões e
contratações na pasta.
A resolução foi publicada no
"Diário Oficial do Estado" de anteontem. A decisão entra em vigor nesta segunda-feira, quando
deverá ser anunciado o sucessor.
Os rumores sobre a saída da
chefe de gabinete de Costin circularam internamente na semana
passada. Seu afastamento foi comunicado à equipe da secretaria,
em reunião interna, na última terça-feira. Sua vinculação à TV Cultura teria sido apenas um dos motivos de seu afastamento.
Granado não foi uma escolha
pessoal de Costin. Sua nomeação
foi feita por meio de ato do governador. Sua presença na secretaria
é atribuída à influência do secretário da Segurança Pública, Saulo
Abreu de Castro Filho. O episódio
do afastamento de Granado, ex-presidente da Febem (Fundação
Estadual do Bem-Estar do Menor), refletiria disputas políticas
internas entre grupos do PSDB no
Estado.
Procurada pela Folha, ontem, a
chefe de gabinete exonerada não
se manifestou.
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