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Lula tem avaliação positiva recorde e reforça favoritismo
Governo é visto como bom ou ótimo por 52%, aponta Datafolha; índice é o maior desde 1987
Em pouco mais de 30 dias, vantagem de Lula sobre Alckmin subiu de 16 para 24 pontos; rejeição ao petista caiu após propaganda na TV
FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL
A avaliação positiva do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu sete
pontos nas duas últimas semanas e atingiu o recorde de 52%,
consolidando em várias frentes
seu favoritismo à reeleição.
Se a votação de 1º de outubro
fosse hoje, Lula venceria com
56% dos votos válidos.
Pesquisa Datafolha mostra
que o início do horário eleitoral
na TV, na semana passada, teve
pequeno impacto sobre as intenções gerais de voto do eleitor. Mas a TV serviu para reforçar todos os indicadores que favorecem a candidatura Lula.
Entre o dia 8 de agosto e ontem, Lula oscilou dois pontos,
de 47% para 49%. Seu principal
adversário, Geraldo Alckmin
(PSDB), um ponto, de 24% para
25%. As variações estão dentro
da margem de erro do levantamento, de dois pontos percentuais, para mais ou menos.
A avaliação positiva de 52%
do governo Lula é a maior desde maio de 1987, quando o Datafolha iniciou esse tipo de levantamento, ainda no mandato
do ex-presidente José Sarney.
O recorde de ótimo/bom obtido antes era do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso,
em dezembro de 1996 (47%).
A nota média atribuída à gestão Lula subiu de 6,3 para 6,7
desde a pesquisa anterior
-46% dos eleitores dão nota
igual ou superior a 8.
Na atual corrida, Lula também atingiu o recorde de 37%
nas intenções de voto espontâneas (quando o eleitor é questionado em quem ele vai votar
sem que as opções sejam apresentadas). Em duas semanas, o
petista subiu quatro pontos
nesse quesito. Alckmin tem
13% (oscilou um para cima).
A taxa de rejeição ao presidente também caiu ao seu nível
mais baixo, recuando de 29%
para 26%. Ela praticamente
igualou-se à de Alckmin (24%).
Por fim, entre os eleitores
que assistiram ao horário eleitoral, o programa de Lula foi o
de maior audiência (46%), contra 43% para o de Alckmin e
40% da candidata à Presidência
pelo PSOL, Heloísa Helena.
Na pesquisa, Heloísa Helena
oscilou negativamente um
ponto e tem agora 11% das intenções de voto. Os demais candidatos atingiram um ponto ou
não pontuaram.
Em termos regionais, duas
mudanças importantes foram
captadas no levantamento, realizado em parceria entre a Folha e a TV Globo.
No Sul, Alckmin recuperou
perdas sofridas nos últimos
dias e subiu 11 pontos (leia texto na página A6). Ele, porém,
não tirou votos de Lula, mas
dos que votariam em branco ou
nulo e dos indecisos. No Centro-Oeste, o tucano perdeu cinco pontos e Lula subiu sete.
Todas essas tendências somadas fizeram com que, em
pouco mais de 30 dias, Lula aumentasse de 16 para 24 pontos
a diferença sobre Alckmin.
"O horário eleitoral ajudou
Lula, que mostrou mais ritmo
na TV e conseguiu reforçar os
pontos positivos de seu governo", afirma Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha.
Repetindo FHC
A melhora na avaliação de
Lula segue a mesma tendência
captada pelo Datafolha na reeleição de FHC, em 1998. Em
agosto de 1998, logo após o início do horário eleitoral, FHC
subiu seis pontos ao mostrar
suas realizações e chegou às
vésperas da eleição com 49%
das intenções de voto -mesmo
percentual que Lula tem hoje.
Na comparação com a campanha de 2002, o horário eleitoral agora teve bem menos influência. Há quatro anos, a TV
teve forte impacto sobre as candidaturas de José Serra (PSDB)
e de Ciro Gomes (então no
PPS). Usando negativamente
uma entrevista em que Ciro
chamou um eleitor de "burro",
Serra passou a "desconstruir" o
adversário. Em alguns dias,
cortou de 14 para 1 ponto a distância que o separava de Ciro.
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