São Paulo, quarta-feira, 23 de agosto de 2006

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Na TV, Lula faz propaganda antimudança

MICHELE OLIVEIRA
DA REDAÇÃO

Isolado em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, Luiz Inácio Lula da Silva tem explorado em seus últimos programas de TV e rádio o discurso de que o melhor para o país é continuar como está. Já Geraldo Alckmin tenta se colocar como o "anti-Lula", dizendo: "Meu jeito é diferente".
A estratégia do presidente Lula é, segundo marqueteiros, típica de quem disputa a reeleição e, para vencer, tenta convencer o eleitorado de que a continuidade é melhor opção do que a mudança.
No programa de rádio de sábado, por exemplo, os locutores do petista, após a exibição de números do seu governo, disseram que não dá para "arriscar".
"A gente não pode esquecer que ainda tem muita coisa para ser feita", disse o locutor masculino no rádio, que ouviu da colega: "É por isso que a gente não pode arriscar". E ele conclui: "Não pode mesmo. Tem que ser Lula de novo", afirma.
Na TV, ontem, o presidente fez o mesmo. À noite, falou de programas sociais: "O que não podemos é deixar que o Bolsa-Família acabe".
Antes, com uma propaganda repetida que enfatizou a área de infra-estrutura, disse que o futuro do país depende das obras já iniciadas. "Já temos grandes projetos em andamento que indicam para onde o Brasil deve caminhar. (...) Essas obras não podem parar. Boa parte do futuro do Brasil depende delas."
Mais sutil do que o "medo" da atriz Regina Duarte no programa de José Serra, em 2002, quando o tucano tentava manter o PSDB no poder, a estratégia petista é, segundo um marqueteiro ouvido pela Folha, "protocolo de quem concorre à reeleição".
Já Alckmin, em desvantagem, tem subido gradualmente o tom. Sem atacar Lula diretamente, usou seus programas para criticar o governo e estreou o slogan "meu jeito é diferente". À tarde, o tucano criticou a Operação Tapa-Buraco e, à noite, falou do aumento de impostos e sobre educação.
"Nos últimos quatro anos, o governo ficou mais preocupado em aumentar imposto do que em investir na educação. É a tal história: o governo é rápido na hora de avançar no bolso do trabalhador, mas, na hora de devolver uma educação de qualidade, é na base do "não vi nada, não sei de nada, não é comigo". Tá errado. O meu jeito é diferente", afirmou o tucano.
À tarde: "A única coisa que o atual governo fez nas estradas, nestes quatro anos, foi a Operação Tapa-Buraco, que foi na base do improviso, sem licitação. E não adiantou nada. Na primeira chuva, pronto: a buraqueira voltou tudo de novo", disse.


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