|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Na TV, Lula faz propaganda antimudança
MICHELE OLIVEIRA
DA REDAÇÃO
Isolado em primeiro lugar
nas pesquisas de intenção de
voto, Luiz Inácio Lula da Silva tem explorado em seus últimos programas de TV e rádio o discurso de que o melhor para o país é continuar
como está. Já Geraldo Alckmin tenta se colocar como o
"anti-Lula", dizendo: "Meu
jeito é diferente".
A estratégia do presidente
Lula é, segundo marqueteiros, típica de quem disputa a
reeleição e, para vencer, tenta convencer o eleitorado de
que a continuidade é melhor
opção do que a mudança.
No programa de rádio de
sábado, por exemplo, os locutores do petista, após a exibição de números do seu governo, disseram que não dá
para "arriscar".
"A gente não pode esquecer que ainda tem muita coisa para ser feita", disse o locutor masculino no rádio,
que ouviu da colega: "É por
isso que a gente não pode arriscar". E ele conclui: "Não
pode mesmo. Tem que ser
Lula de novo", afirma.
Na TV, ontem, o presidente fez o mesmo. À noite, falou
de programas sociais: "O que
não podemos é deixar que o
Bolsa-Família acabe".
Antes, com uma propaganda repetida que enfatizou a
área de infra-estrutura, disse
que o futuro do país depende
das obras já iniciadas. "Já temos grandes projetos em andamento que indicam para
onde o Brasil deve caminhar.
(...) Essas obras não podem
parar. Boa parte do futuro do
Brasil depende delas."
Mais sutil do que o "medo"
da atriz Regina Duarte no
programa de José Serra, em
2002, quando o tucano tentava manter o PSDB no poder, a estratégia petista é, segundo um marqueteiro ouvido pela Folha, "protocolo de
quem concorre à reeleição".
Já Alckmin, em desvantagem, tem subido gradualmente o tom. Sem atacar Lula diretamente, usou seus
programas para criticar o governo e estreou o slogan
"meu jeito é diferente". À
tarde, o tucano criticou a
Operação Tapa-Buraco e, à
noite, falou do aumento de
impostos e sobre educação.
"Nos últimos quatro anos,
o governo ficou mais preocupado em aumentar imposto
do que em investir na educação. É a tal história: o governo é rápido na hora de avançar no bolso do trabalhador,
mas, na hora de devolver
uma educação de qualidade,
é na base do "não vi nada, não
sei de nada, não é comigo".
Tá errado. O meu jeito é diferente", afirmou o tucano.
À tarde: "A única coisa que
o atual governo fez nas estradas, nestes quatro anos, foi a
Operação Tapa-Buraco, que
foi na base do improviso,
sem licitação. E não adiantou nada. Na primeira chuva,
pronto: a buraqueira voltou
tudo de novo", disse.
Texto Anterior: Metodologia: Pesquisa ouviu 6.279 eleitores em 272 cidades Próximo Texto: Marcos Nobre: 300 palavras Índice
|