São Paulo, quarta-feira, 23 de agosto de 2006

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ONG Transparência Brasil acusa PT de "estreiteza de pensamento"

Campanha "Não vote em mensaleiros" fica na internet e diretor tenta novo recurso

MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL

A disputa jurídica entre a coligação PT/PCdoB em São Paulo e a organização Transparência Brasil, que apoia projetos de combate à corrupção, teve outro capítulo ontem. A coligação tentou, sem êxito, retirar da internet a campanha "Não vote em mensaleiros", promovida pela Transparência.
O diretor-executivo da Transparência, Cláudio Weber Abramo, recorreu ao Tribunal Regional Eleitoral para retomar texto original de artigo publicado no site da organização, em que conclamava o eleitor a não permitir que "mensaleiros, vampiros e outros animais da mesma família" voltem ao Congresso. A parte final da frase foi retirada do artigo por determinação do TRE, com base na representação do PT/PC do B.
Ontem, o recurso foi indeferido e a restrição à frase mantida. Abramo critica o PT paulista: "É uma atitude que revela uma estreiteza de pensamento, de como lidar com essas situações". Ele disse que analisará a possibilidade de recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral.
Além da campanha "Não vote em mensaleiro", a Transparência tem outro projeto, o "Excelências", em que mostra o perfil de deputados que tentam a reeleição, as doadores de campanhas passadas e processos contra eles.
Na representação, a coligação trata as duas campanhas como se fossem uma só coisa. Para o advogado do PT, Hélio Silveira, o projeto não tem "transparência ampla", pois está "circunscrito a 2005 para cá". Ele se refere à decisão de mostrar os processos contra os deputados. Mas o alvo da campanha são parlamentares que tentam a reeleição.
"As pessoas têm o direito à presunção da inocência. O mensaleiro ainda não foi julgado pelo Supremo. Até o julgamento, estamos trabalhando com inocentes", disse.
Abramo afirma que a campanha não faz condenação prévia. "Se inocentes, poderão depois se apresentar ao eleitorado. O que não é possível é usar-se o argumento da "inocência até prova em contrário" para justificar uma suspensão indefinida do julgamento", disse.


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