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ONG Transparência Brasil acusa PT de "estreiteza de pensamento"
Campanha "Não vote em mensaleiros" fica na internet e diretor tenta novo recurso
MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A disputa jurídica entre a coligação PT/PCdoB em São Paulo e a organização Transparência Brasil, que apoia projetos de
combate à corrupção, teve outro capítulo ontem. A coligação
tentou, sem êxito, retirar da internet a campanha "Não vote
em mensaleiros", promovida
pela Transparência.
O diretor-executivo da
Transparência, Cláudio Weber
Abramo, recorreu ao Tribunal
Regional Eleitoral para retomar texto original de artigo publicado no site da organização,
em que conclamava o eleitor a
não permitir que "mensaleiros,
vampiros e outros animais da
mesma família" voltem ao Congresso. A parte final da frase foi
retirada do artigo por determinação do TRE, com base na representação do PT/PC do B.
Ontem, o recurso foi indeferido e a restrição à frase mantida. Abramo critica o PT paulista: "É uma atitude que revela
uma estreiteza de pensamento,
de como lidar com essas situações". Ele disse que analisará a
possibilidade de recorrer ao
Tribunal Superior Eleitoral.
Além da campanha "Não vote em mensaleiro", a Transparência tem outro projeto, o
"Excelências", em que mostra o
perfil de deputados que tentam
a reeleição, as doadores de
campanhas passadas e processos contra eles.
Na representação, a coligação trata as duas campanhas
como se fossem uma só coisa.
Para o advogado do PT, Hélio
Silveira, o projeto não tem
"transparência ampla", pois está "circunscrito a 2005 para
cá". Ele se refere à decisão de
mostrar os processos contra os
deputados. Mas o alvo da campanha são parlamentares que
tentam a reeleição.
"As pessoas têm o direito à
presunção da inocência. O
mensaleiro ainda não foi julgado pelo Supremo. Até o julgamento, estamos trabalhando
com inocentes", disse.
Abramo afirma que a campanha não faz condenação prévia.
"Se inocentes, poderão depois
se apresentar ao eleitorado. O
que não é possível é usar-se o
argumento da "inocência até
prova em contrário" para justificar uma suspensão indefinida
do julgamento", disse.
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