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GOVERNADORES
ALAGOAS
Adversário de Collor, governador e candidato à reeleição é acusado de uso eleitoreiro da verba para publicidade
Procuradoria pede a cassação de candidatura de Lessa
EDUARDO DE OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA
Uma representação da Procuradoria Regional Eleitoral de Alagoas pediu a cassação do registro da candidatura do governador Ronaldo Lessa (PSB), que busca a
reeleição. O ofício foi protocolado na Corregedoria Eleitoral de Alagoas no dia 15 de agosto e integra as peças de um processo que corre em segredo na Justiça.
Apesar de estar na fase final de
instrução, dificilmente o processo
será julgado antes da votação em
primeiro turno, em 6 de outubro.
Esse processo engloba um outro, cuja ação que o gerou partiu
da candidata a deputada estadual
Niedja Santos de Oliveira, do
PRTB de Fernando Collor de Mello. O ex-presidente polariza a disputa ao governo do Estado com
Lessa, ambos empatados tecnicamente em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto.
A representação, assinada pelo
procurador regional eleitoral Joel
Almeida Belo em 5 de agosto, sustenta que Lessa aumentou de forma irregular os gastos com publicidade do governo em ano de eleição. Procurado pela Folha, Belo
não quis comentar o caso.
Na sua explanação, aponta que
os gastos com publicidade, nos
primeiros seis meses deste ano,
representaram uma média mensal de R$ 534.797,03, contra um
valor de R$ 419.911,07 nos 12 meses de 2001. O documento traz
ainda a média mensal de gastos
ao longo de 1999, 2000 e 2001, segundo a qual foi de R$ 327.582,51.
"Como se observa, seja qual for
o raciocínio desenvolvido, conclui-se que a média mensal de
2002, até o mês de junho, ultrapassa todas as anteriores, não restando outra alternativa senão concluir pelo abuso de gastos na propaganda institucional eleitoral em favor do candidato ao governo, interessado na reeleição", diz
o texto da representação.
Uso da máquina
No documento, também é atribuído a Lessa o uso da máquina
administrativa, por meio de propaganda institucional que teria
por fim promover o candidato.
É citado o caso em que foi publicado um suplemento de 32 páginas em jornais locais com um balanço das realizações de sua gestão. As páginas traziam a gravura
de um colete vermelho, "que se
constitui atualmente um símbolo
do governador, porquanto utilizado por ele em todas as solenidades e outras atividades eleitorais".
No mesmo caso, Lessa ainda é
acusado de fazer publicidade institucional fora do período permitido pela lei eleitoral. O Tribunal
Superior Eleitoral permite até 5 de
julho. Pela representação, "não
poderia o autorizador das despesas imaginar que referido jornal
circularia apenas até o dia 5 de julho". A menção foi feita à publicação "A Voz do Magistrado".
Lessa anunciou que ingressaria
hoje no Tribunal Regional Eleitoral com representação contra um
juiz e um desembargador, a quem
acusa de favorecer Collor. O tribunal disse que só se pronunciaria após receber a representação.
Corre na Justiça Eleitoral outro processo contra Lessa, movido
por Collor, também por suposto uso da máquina para fim eleitoral. Outro processo, de Lessa contra Collor, aponta suposta captação irregular de votos durante ato no município de Matriz de Camaragibe.
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