São Paulo, quinta-feira, 23 de setembro de 2004

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PAINEL

Cooperativa de TV
Duas pessoas ligadas à campanha de Marta Suplicy (PT) estão participando, de maneira informal, da elaboração dos programas eleitorais de Paulo Maluf (PP), cada vez mais incendiários no combate a José Serra (PSDB).

Desconstrução 1
Enquanto Maluf ressuscita na TV a venda de uma casa de Serra e dívidas da campanha de 2002, o PT não descuida da rua. Quem viu os visitadores de Marta em ação recentemente relata: mais do que falar bem da prefeita, eles agora descascam o tucano.

Desconstrução 2
Diagnóstico de experiente leitor de pesquisas: "A saída para Marta é enxovalhar Serra. O problema é se, no processo, a rejeição a ela subir ainda mais".

Volto já
Seguindo o exemplo de Humberto Costa (Saúde), outros ministros do PT ensaiam tirar férias curtas na próxima semana para dar uma força aos candidatos do partido na reta final do primeiro turno. Aguardam apenas a autorização do chefe.

Lugar na fila
A ida de Humberto Costa a Recife para reforçar a campanha de João Paulo une o útil ao necessário. Animado com a chance de se reeleger no primeiro turno, o petista tem dito que disputará o governo de Pernambuco se for "convocado" por Lula. O ministro quer o mesmo cargo.

Chamada geral
Partiu do Diretório Nacional do PT o pedido para que os ministros da sigla intensifiquem a participação na última semana da campanha. A fórmula ficará por conta de cada um.

Triste memória 1
Em rápido encontro com o governador Eduardo Braga (PPS-AM) antes de embarcar para Nova York, Lula ficou surpreso ao saber que o estrategista da campanha de Amazonino Mendes (PFL), apoiado por Braga em Manaus, é Egberto Batista.

Triste memória 2
Ex-auxiliar de Collor, Batista foi um dos responsáveis pelo uso de Miriam Cordeiro, mãe da filha de Lula, no horário eleitoral de 1989. Ele participa de campanhas de Amazonino, de Braga e do senador Gilberto Mestrinho (PMDB) desde 1999.

Está valendo
Além de José Dirceu, alguns assessores do Planalto foram liberados pelo presidente para lançar farpas contra a política monetária. O círculo "de esquerda" em torno de Lula comemora o sinal verde para hostilizar o "conservador" Palocci.

Espírito CFJ
Pelo menos dois ministros deixaram de almoçar com jornalistas em restaurantes de Brasília. Foram advertidos por José Dirceu de que estavam falando demais com a imprensa.

Novo cardápio
Não foi apenas sobre a exigência de freqüência escolar como contrapartida ao Bolsa-Família que o mineiro Patrus Ananias mudou de idéia. Quem visitou recentemente o gabinete do ministro não pôde deixar de notar que ele trocou o pão de queijo "natal" pelo chimarrão.

Teste de DNA
O tripé do abortado manifesto de rompimento do PTB com o governo era formado pelos deputados Luiz Piauhylino (PE), Salvador Zimbaldi (SP) e Osmânio Pereira (MG). Todos tucanos de boa cepa na era FHC.

Visista à Folha
Paulo Skaf, presidente eleito da Fiesp, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Fernando Greiber, diretor-financeiro eleito, e de Andrew Greenlees, vice-presidente da Companhia de Notícias.

TIROTEIO

Do senador tucano Arthur Virgílio, sobre o discurso petista de que FHC, quando presidente, fez campanha como Lula faz agora por Marta Suplicy:
-É verdade que a lei não proíbe o presidente de declarar apoio. Também não proíbe inaugurar obras no período eleitoral. Mas proíbe misturar as duas coisas, como Lula fez: pediu voto para Marta em inauguração. Isso FHC nunca fez.

CONTRAPONTO

Bola cheia

Na semana passada, durante ato de lançamento do seguro-safra para a agricultura familiar, Lula notou que o cerimonial do Planalto não incluíra discurso de nenhum líder sindical.
Estava previsto que só o presidente e o ministro Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) falassem. Lula então pediu a um assessor que perguntasse ao presidente da Contag, Manoel José dos Santos, se ele aceitaria dizer algumas palavras.
Aceito o convite, o discurso foi feito. Encerrada a solenidade, na qual Lula derramou-se em elogios a Antonio Palocci, o ministro da Fazenda chamou o sindicalista a um canto e lhe disse:
-Manoel, esse seguro só está saindo por sua causa, por causa da luta da Contag, e especialmente pelo Grito da Terra.
E arrematou, para a perplexidade de seu interlocutor:
-Entenda como uma homenagem do governo a você.


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