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Painel
Renata Lo Prete - painel@uol.com.br
Tudo como antes
Na primeira reunião da coordenação de campanha
de Lula pós-escândalo do dossiê, ontem em Brasília,
Ricardo Berzoini não apenas teve lugar na mesa de
discussões como orientou, por meio de teleconferência, os dirigentes estaduais do PT.
Derrubado do comando da campanha uma vez revelado seu envolvimento na tentativa de compra de informações contra os tucanos, Berzoini disse que deixou o posto apenas para "não prolongar a crise". Ao lado do novo coordenador, Marco Aurélio Garcia, pediu
empenho dos militantes na tentativa de garantir a vitória de Lula ainda no primeiro turno.
Armistício 1. Se vencer a
eleição já em 1º de outubro,
Lula estuda divulgar, poucos
dias depois, uma espécie de
nova Carta ao Povo Brasileiro,
só que de conteúdo político,
na tentativa de apaziguar os
ânimos da oposição.
Armistício 2. "Com a crise, o presidente precisa fazer
um gesto mais radical de generosidade e benevolência",
diz um membro do alto escalão petista sobre os efeitos da
encrenca do dossiê.
Armistício 3. Em busca de
uma ponte com a oposição,
Lula deve adotar o discurso
segundo o qual é preciso que
todos "desçam do palanque".
O Planalto trabalha com a
perspectiva de um "cenário
crítico" pós-eleição.
Porta aberta. A ira contra
os paulistas, aos quais é atribuída a crise do dossiê, só faz
crescer no PT. Dirigentes de
outros Estados já falam em
"convidar" integrantes do
partido a deixar o partido tão
logo encerrada a eleição.
Operante. Hamilton Lacerda, um dos homens do dossiê,
já não coordena mais a comunicação de Aloizio Mercadante, mas não desistiu de fazer
campanha. Sua casa, em São
Caetano do Sul, exibe grandes
faixas do candidato petista.
Carona. O PFL-BA pegou
carona no dossiê para atingir
Jaques Wagner. Oswaldo Bargas é apresentado na TV como
"assessor de Wagner", pelo fato de ter ocupado cargo de
confiança no Ministério do
Trabalho em sua gestão.
Saia-justa. Às vésperas do
comício de Alckmin em Pernambuco, amanhã, Jarbas
Vasconcelos (PMDB) disse
em entrevista que a campanha do tucano "infelizmente
não deslanchou", e que não
acredita em "mudanças substanciais" nas pesquisas.
Na onda. Os tucanos vão
usar o escândalo do dossiê para "apimentar" o encerramento da campanha de Alckmin. O evento, segunda em
São Paulo, levará o nome da
coligação, "Por um Brasil Decente", e deverá ser transformado em ato anticorrupção.
Kombi. O problema é o de
sempre: convencer aliados a
deixarem suas campanhas para ajudar Alckmin. Ainda não
há confirmação de estrelas
como Aécio e Cesar Maia.
Ventríloquos. Ontem em
Barbacena, Aécio imitou a voz
de Lula ao falar pelo celular:
"Quero o Geraldo para presidente". Depois, passou o aparelho a Alckmin, que, também
imitando o rival petista, falou:
"Eu não estou agüentando
mais. Vote no Geraldo".
Licença. Gleisi Hoffmann
deixou de lado os cuidados para não melindrar o correligionário Flávio Arns, candidato
do PT ao governo do Paraná, e
pôs na TV o governador Roberto Requião (PMDB), líder
na disputa, pedindo votos para sua campanha ao Senado.
Doméstico 1. O presidente da Assembléia paulista, Rodrigo Garcia (PFL), enviou
material de sua campanha para os colegas de Casa.
Doméstico 2. Assessores
de Ana Martins (PC do B),
também candidata à reeleição, têm ligado para outros
gabinetes perguntando se os
funcionários estariam dispostos a receber seus santinhos.
Tiroteio
"Depois de seu partido comprar dossiê, e de seu
governo mostrar uma refinaria que não existe e
inaugurar obras que nem começaram, o
presidente Lula resolveu falsificar até aplauso."
Do senador JOSÉ JORGE (PFL-PE), candidato a vice na chapa de Geraldo
Alckmin, sobre a edição do discurso de Lula na ONU usada na propaganda eleitoral do PT.
Contraponto
Em boa companhia
"Em campanha pela reeleição de Lula, o vice José Alencar participou, há duas semanas, de evento em Santa Catarina para marcar a sanção da Lei Maria da Penha, que
pune com prisão a violência doméstica contra a mulher.
No discurso, Alencar citou outros benefícios do governo
às mulheres, como a aposentadoria para donas de casa.
Nesse momento, começou a falar da infância e chorou.
Em seguida, foi a vez de o prefeito de Corupá, Conrado
Muller, cujo apelido é justamente "Chorão", discursar.
Embalado por Alencar, o prefeito irrompeu em lágrimas.
Nesse momento, Alencar retomou o microfone:
-Ufa! Ainda bem que eu não sou o único!
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