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Ex-primeiras-damas dominam eleição em cidade baiana
Ex-prefeitos atuam como cabos eleitorais das três únicas candidatas à Prefeitura de Caraíbas; concorrentes se dizem inexperientes
EDUARDO SCOLESE
ENVIADO ESPECIAL A CARAÍBAS (BA)
Quem vê o ex-prefeito Joaquim de Fidellis (PDT) em pleno período eleitoral batendo de
porta em porta em Caraíbas
(BA) pode imaginá-lo em campanha para retornar ao cargo
ocupado entre 1989 e 1992.
Num caderninho, ele contabiliza 780 residências visitadas.
Mas não. O corpo-a-corpo
dele e de outros dois ex-prefeitos tem outro motivo: a candidatura de suas mulheres à prefeitura, em uma inusual disputa em que todas as candidatas
são ex-primeiras-damas.
Além da presença dos maridos como cabos eleitorais de luxo, chama a atenção em Caraíbas o fato de que todas as três
concorrentes se confessam
inexperientes e até surpresas
com a experiência.
"Eu não estava esperando ser
candidata. A previsão era ser
meu esposo. Foi de última hora, e eu topei", afirma Luzia
Coelho (PC do B), 53, mulher
de Antonio Lima, prefeito entre 1993 a 1996.
Helena dos Santos (PT), 55, e
Norma Coelho (PTB), 52, são as
adversárias de Luzia. Elas não
se consideram amigas nem inimigas. "Quando a gente se vê, a
gente se cumprimenta. Não
tem baixo nível na campanha",
diz Helena, mulher de Fidellis,
o do caderninho, primeiro prefeito após Caraíbas ter se desmembrado de Tremedal.
Norma é a que se apresenta
como a mais experiente. Nas
duas gestões do marido, Lourival Dias (1997-2004), foi secretária de Educação e de Saúde e
criou a secretaria de Assistência Social. Mesmo assim, considera-se alheia à política. "Eu
não sabia nada de política e não
entendo nada até hoje. Mas eu
tinha esse sonho [de ser candidata]", diz a ex-primeira-dama.
Cordialidade e inexperiência
à parte, a campanha também
tem alfinetadas. Helena (PT) e
Luzia (PC do B) atacam a saúde,
em que a adversária atuou enquanto primeira-dama e também na atual gestão, do prefeito
Orlando Barbosa (PR). "A gente escuta muita reclamação na
saúde. Nem hospital a gente
tem", diz a petista. "A situação é
precária", afirma a comunista.
Questionada sobre as suas
prioridades, se for eleita, Norma diz: "Temos que gerar emprego e renda na cidade. Outra
coisa é o drama da falta de água
no meio dessa caatinga. Temos
de construir mais barragens".
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