São Paulo, terça-feira, 23 de setembro de 2008

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Toda Mídia

NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

6,8%

No enunciado dos portais e depois dos telejornais, "14 milhões subiram de faixa social" no Brasil, dos quais "3,6 milhões passaram da classe intermediária para a classe mais alta".
Disputando com o Ipea as manchetes e escaladas, o CNT/Sensus confirma agora a "aprovação recorde" do governo e de Lula. Com 6,8% de avaliação negativa, o presidente virou "o maior cabo eleitoral do país", no destaque da Reuters Brasil.

 

Não demorou para sites reagirem, em manchete, que Lula pode até bater recorde, "mas não transfere votos a Dilma", que segue atrás de José Serra, Aécio Neves, Ciro Gomes etc.
Mas o blog de Fernando Rodrigues no UOL alerta para "o que há de mais relevante" na pesquisa, a dois anos da eleição: Dilma Rousseff alcança entre 8,4% e 12,3% das intenções, enquanto o "mito" petista de Marta Suplicy fica entre 5,9% e 8,8%.



LULA E O MUNDO

Imediatamente antes de George W. Bush, Lula fala hoje nas Nações Unidas. E vai, segundo o blog de Josias de Souza na Folha Online, abordar o "naufrágio" financeiro e a "irresponsabilidade" dos especuladores -e defender o debate "político" da crise nos organismos multilaterais, como ONU, Banco Mundial, FMI.
Ao chegar a Nova York, ontem, confirmou para Globo, BBC e demais que vai falar "um pouco sobre a crise, sem criar crise". Indicou que vai defender "controlar e regular o sistema financeiro mundial".

"HELP"
O colunista Roger Cohen, do "New York Times", destacou a frase "What crisis? Go ask Bush", de Lula, como prova de que os "novos centros de poder" (Brics e "os países do Golfo") não se importam com a crise que "depena os EUA". E cobra que "talvez seja hora de todos ajudarem um pouco os americanos".

"HOPE"
Jim O'Neill, do questionado Goldman Sachs, voltou a escrever da "esperança dos Brics", no "Financial Times". Citando a demanda de China e Brasil, diz ser "a melhor hora para os EUA e o mundo enfrentarem" a crise.

MEIRELLES VS.
Na Reuters, "Henrique Meirelles insiste que o Brasil tem condição de enfrentar crise". Declara que "existe impacto, sim, mas o importante é que estejamos saudáveis para enfrentá-lo".

CARLOS LESSA
O ex-presidente do BNDES, na Agência Brasil, até concorda que "o Brasil está em situação melhor do que em outras crises", mas: "Estou espantado com os anúncios, quase arrogantes, de que o Brasil tem como enfrentar a crise". Diz não ver "nenhuma movimentação para mudar a política econômica e segurar o pior deste processo".

DIALÉTICA
terramagazine.terra.com.br
Luis Fernando Verissimo recorda Karl Marx, em meio à crise financeira mundial, mas trata de responder de bate-pronto com a ironia de Machado de Assis



"NÃO É O BASTANTE"

Os sites de "NYT", "WSJ" e outros atravessaram o dia reproduzindo as pressões sobre os democratas, para a aprovação do pacote.
Fim do dia e a manchete on-line do "FT" apresentava outra versão para os fatos do dia. Wall Street e o dólar caíram e "nomes antes poderosos se voltaram ao Japão para salvaguardar seu futuro" por causa dos "temores de que o plano de US$ 700 bilhões não é o bastante". O "NYT", depois, ecoou a avaliação.

A IMAGEM
bluebus.com.br
Um blog europeu reuniu 45 capas -e nem eram todas- com a mesma foto da crise, dia 16. Ecoou pelo mundo até chegar ao Blue Bus como exemplo de jornalismo "clone". Na origem, a imagem era relacionada com outra, de 1936, que se tornou símbolo da Grande Depressão



OUTRA FROTA
A BBC Brasil destacou ontem que "navios de guerra da Rússia começaram a se deslocar para a Venezuela, para um exercício conjunto das marinhas dos dois países" programado para novembro.
A frota, liderada por um "navio nuclear" de nome Pedro, o Grande, partiu de uma base no Ártico na madrugada de ontem. E nesta semana o venezuelano Hugo Chávez deve visitar Moscou.

DEFESA, AFINAL
De sua parte, o ministro Nelson Jobim, da Defesa, deixou de lado as maletas para informar Reuters Brasil e outros que o Plano Nacional de Defesa será anunciado, afinal, no mês que vem. E que o presidente francês Nicolas Sarkozy visita Brasília em dezembro para assinar o acordo de cooperação militar.
Quanto à frota russa e seus exercícios, "isso é um problema da Venezuela".

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@ - Nelson de Sá



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