São Paulo, quarta-feira, 23 de setembro de 2009

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MOTOSSERRA

Hildebrando culpa policial por assassinato

DO ENVIADO A RIO BRANCO (AC)

Em um interrogatório que durou mais de oito horas, o ex-policial militar do Acre e deputado federal cassado Hildebrando Pascoal acusou um policial morto pelo assassinato de um homem no caso que ficou conhecido como "crime da motosserra".
Hildebrando é acusado pelo Ministério Público de assassinato após sessão de tortura em que a vítima foi esquartejada. Ontem foi o segundo dia do julgamento em Rio Branco.
Ele disse que quem matou Agílson Santos, o Baiano, foi Alípio Ferreira, ex-vereador e ex-policial acusado de integrar o esquadrão da morte liderado por Hildebrando, segundo a denúncia do Ministério Público do Acre. Alípio também foi denunciado pelo crime, mas já morreu. Hildebrando sempre negou a acusação, mas nunca havia apontado um autor.
"Eu queria o Baiano vivo, não morto", disse Hildebrando. "Mas não seria desonra nenhuma ter matado ele, já que ele assassinou meu irmão."
Baiano trabalhava para uma pessoa acusada de matar um irmão do ex-coronel e o acompanhava quando ocorreu o crime.
Ainda de acordo com Hildebrando, Alípio lhe contou ter matado Baiano por ser muito amigo de seu irmão. "Ele disse que cortou as pernas e os braços dele, com facão, porque não poderia deixar suas algemas nele", disse.
Uma exumação confirmou que a vítima teve os braços e as pernas cortadas com uma motosserra.
Ontem, o juiz Leandro Gross chegou a interromper a sessão por causa de uma discussão entre o advogado de Hildebrando e o promotor. A previsão é que o julgamento termine hoje ou na madrugada de amanhã. (LUCAS FERRAZ)


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