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SÃO PAULO
Apesar do apoio declarado de Paulo Maluf a José Genoino, candidatos eleitos vão fazer campanha para Geraldo Alckmin
Prefeitos e deputados do PPB rejeitam o PT
LILIAN CHRISTOFOLETTI
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de sofrer sua maior derrota nas urnas e declarar apoio
aos petistas no segundo turno da
eleição para o governo de São
Paulo, o ex-prefeito Paulo Maluf
terá de enfrentar agora um partido fragmentado e cansado do caciquismo paulista, o seu PPB.
A grande maioria dos candidatos eleitos para o exercício de 2003
pela legenda discorda do posicionamento de Maluf que, em nota
divulgada anteontem, declarou
apoio ao candidato do PT José
Genoino para o governo paulista.
Apesar de o presidente estadual
do PPB, Jesse Ribeiro, afirmar que
a nota reproduz uma decisão do
partido, a bancada pepebista preferiu ler a declaração de voto como um apoio individual e pessoal.
A Folha procurou os sete deputados estaduais e os três federais
eleitos pela sigla para o exercício
de 2003. Apenas um não foi localizado (Gilson Sousa, estadual).
Dos nove parlamentares, apenas um disse que irá seguir a
orientação de Maluf: o capitão da
Rota e deputado estadual Conte
Lopes. "Irei votar em Genoino
por fidelidade partidária."
O deputado federal Cunha Bueno, um dos principais líderes do
PPB e candidato derrotado ao Senado na chapa de Maluf neste
ano, enviou ontem à noite uma
carta ao cacique na qual discorda
do apoio ao petista e informa que
vai se desfiliar do partido.
Entre os seis deputados eleitos,
a preferência é pelo governador
Geraldo Alckmin (PSDB). "Não
só o apóio, como faço campanha
para ele, com direito a bandeiras e
camisetas", afirmou o deputado
federal Wagner Salustiano, que
defende o fim da hegemonia malufista no partido e uma maior
abertura para novas lideranças.
Salustiano, eleito deputado estadual, tem planos para disputar a
sucessão municipal pelo PPB, vaga até então exclusiva de Maluf.
Além dele, disseram que irão
apoiar a candidatura de Alckmin
os deputados federais Celso Russomanno e Vadão Gomes e os estaduais Edson Gomes, Aldo Demarchi e Antônio Salim Curiati.
Segundo o PSDB, Sousa, que é
da região de Franca, já declarou
apoio ao governador e está trabalhando pelos tucanos no interior.
"Houve um posicionamento
pessoal de Maluf, que respeitamos, e um posicionamento nosso", disse Russomanno.
"Não entendi a atitude de Maluf. Acho que foi um aconselhamento. Eu não ficaria bem com
minha consciência nem com minha coerência política se votasse
em Genoino. Estou com Alckmin", afirmou Demarchi.
O deputado federal Delfim Netto, que declarou apoio a Lula, informou, pela assessoria, que não
irá declarar seu voto no Estado.
Eleito deputado estadual, o coronel Ubiratan, que comandou a
operação no caso dos 111 presos
mortos do Carandiru, não quis
declarar seu voto, mas deu a senha: "Não irei votar em Genoino
por convicção ideológica".
Na opinião da maioria, o melhor caminho para o PPB teria sido liberar os votos dos militantes.
Parte dos prefeitos do PPB, no
entanto, não irá acompanhar a
decisão de Maluf. "Desde o início
defendi que o partido ficasse ao
lado de Alckmin", disse Beto
Mansur (PPB), prefeito de Santos.
Segundo ele, o PPB precisa se
"oxigenar" em São Paulo.
"Estou com o Maluf desde o
tempo da Arena. Tomei um susto
quando vi que ele ia apoiar o PT",
disse o prefeito de Elias Fausto,
Rui Thoni. Segundo Jesse Ribeiro,
o apoio a Genoino não foi uma
decisão exclusiva de Maluf. "Prevaleceu a opinião da maioria dos
partidários", afirmou Ribeiro.
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